23 de set. de 2009

Fantômas | Suspended Animation [2005]

   Barulho caricato, uma voz filha da puta, uma banda a altura, e 30 faixas. Isso é “Suspended Animation”, do Fantômas, umas das setenta e sete bandas de Mike Patton, que por sinal manda bem em todas.

 

   “Suspended Animation”, de acordo com o que a Wikipedia me diz, é um disco conceitual, que pretende ser um “tributo” aos feriados obscuros do mês de abril; tanto que cada faixa, é um dia do mês. Mas já ouvi papos por aí que também é a narração, do mês que um sujeito passa em coma. Daí o nome, “Suspended Animation”, ou animação suspensa.

 

   Enfim, o disco, apesar de barulhento, não se encaixa ao lado de coisas como Lightning Bolt e Hella: o barulho não é violento, e não transforma seu cérebro em mingau. No lugar da brutalidade, aqui o barulho é todo trabalhado, com grande destaque pra voz, que por sinal merece, e que conta com vários efeitos, que vão desde sons de desenhos animados, a bizarrices tiradas de sei lá onde. Vale notar que, apesar de menos denso e pavoroso, o álbum é bem frenético, e passa bem rápido, visto que grande parte das músicas não chega a um minuto, quando muito nos dois.

 

   Não dá pra fazer uma análise faixa por faixa, por motivos óbvios, mas fica a garantia, de que o disco é sensacional.

   E se você acha 30 faixas algo doente, fica o aviso: 

   Fantômas, o primeiro disco da banda, tem outras 30 faixas, cada uma representando uma página de um quadrinho.

   The Director’s Cut, é um disco só de versões de temas famosos do cinema, de Poderoso Chefão e Cape Fear, a Der Golem e The Omen. De longe, o mais acessível, e também muito bom.

   Delìrium Còrdia é a tensão em forma de música: uma faixa, de 74 minutos, que serve ou como trilha prum filme de terror, ou pra uma cirurgia sem anestesia.

 

   Uma pausa, pra reflexão.

 

   Bom, comecei falando de um, terminei falando da discografia inteira. Pelo menos tiro alguns posts da lista.

 

   Pra encerrar, “Suspended Animation” é um disco que vale a ouvida, independente de frescuras do tipo “isso ae não faz meu tipo de música” e variantes. Baixe, tire 43m46s pra ouvi-lo, e ouça. Qualquer coisa, só deletar e tocar a vida pra frente, mas fica registrado que eu ficaria um tantinho assim mais feliz, se alguém que lê isso ouvisse o disco. No mais, dê uma chance, e seja tragado prum mundo cheio de pirações sonoras, temáticas e até visuais, dependendo das dorgas que você tiver.

   Grande disco, em ambos os sentidos.

7 de set. de 2009

Três Dígitos

Três dígitos, parabéns, nascimento, independência. Cumprimento quem não sei, sabe de mim melhor. RG, parentesco e cidade. Engrena, conversa, relembra, relaciona. Distância, sem espaço, aperto, casa velha. Dinossauro Jr., Pavimento, manhã, preparação. Bora cantar, canta mais outra, canta de novo. Telefone, não veio, esculacho, descaso. Poema, de quem sabe, ouve, todo mundo. Recorrência, pensamento, deteriora, degenera. Lembra nada, nem sabe. Angulou, bateu, só correr pro abraço. Foi-se embora, sem planos de voltar. Sem previsão de quarto, três dígitos.

4 de set. de 2009

Fechado

Manhã, chuva, caminho, prédio. Muros limpos, não por falta de tentativas de sujá-los. Caneta, lata, tinta, pincel. Medo, polícia, morador, transeunte. Reto, idiota, vira a curva, e some. Precaução, a pé, ver. Carro, porra!, depois, deixa quieto. Que vem, notar, silêncio, solidão, movimento. Não pensar, fazer, andar, fugir. Tentar, mas não agora. Outro, melhorar, rapidez é essencial. É, não ‘era’. Dar uma de wilson, esquina, família, muita malandragem, hein. Desdém, falcatrua, pra foder. Fica pra depois, mas não pra nunca.