30 de mai. de 2010

Encontros e Desencontros (Lost In Translation)


   Bob Harris é um ator outrora (pretensão) famoso, que vai para Tóquio gravar um comercial de uísque; é casado e tem filhos.

   Charlotte é formada em filosofia, e vai para Tóquio com seu marido fotógrafo. Ele é um bundão.

   Os dois não dormem de noite, e depois de se encontrarem no bar do hotel em que estão, viram amgs de aventura no Japão.

   As conversas entre os dois não são em quase nenhum momento profundas, quando não é tudo silêncio, e todos os encontros (todo o filme, na verdade) são cheios de frases soltas, de conversas aleatórias e outras conhecidas.

   O título (Lost In Translation), de acordo com a Wikipedia, é por causa da dificuldade dos dois em se comunicar na cidade, e da sensação de que as pessoas que falam, falam mais do que dizem a eles que falam. Isso é mostrado na gravação do comercial, quando a tradutora repassa 10 segundos de instruções do diretor, em quatro palavras.

   O visual é bastante focado na cidade em si, nas ruas, nos prédios e coisas assim. Sempre lotadas, e cheios de anúncios.

   O bacana do filme é que você torce até o fim pras coisas darem certo, conforme a relação dos dois vai avançando, e eles vão ficando mais próximos.

   O triste do filme é que você torce até o fim pras coisas darem certo, conforme a relação dos dois vai avançando, e eles vão ficando mais próximos. Mas sabe que isso não vai acontecer.

   Em algumas cenas, a câmera foca em um momento, um cenário, e não muda, enquanto as coisas acontecem, também quase sempre sem conversa. Curto muito esse tipo de coisa, sem cortes (acho) e quase nenhuma ação não-sentimental, quiçá relevante.

   A trilha sonora é aquela coisa: boa pra caramba, mas você possivelmente não conhece quase nada. No caso, só conhecia de nome My Bloody Valentine, Phoenix e Jesus And Mary Chain. Mas isso não impede a trilha de dar um climão bem legal.

   As atuações são boas, pra mim, mas lacônicas, como a maioria do filme. Arredondando um pouco, Charlotte (Scarlett Johansson) deve ficar mais tempo olhando pela janela, andando pra lugar nenhum, dormindo e tentando dormir, do que falando. Bill Murray é mais comunicativo. Talvez sejam contrapontos. Tantas questões.

   É um filme simples, bonito, lacônico e querido. Pra assistir várias vezes, alguma cena ou todo.    

13 de mai. de 2010

Os sininhos, de novo...

   As más vibrações não latem mais, e a morte anda fuçando no meu lixo.

12 de mai. de 2010

Alma boca afora

“Curto muito Kiss, cara”

“Eu não”

“Porra, é Kiss!”

“Não curto, velho”

“Você não gosta de nada”

“Tipo o quê?”

“Scorpions, Guns, Iron Maiden...”

“E daí?”

“São todas fodas”

“Eu não acho”

“Bom é Wilco”

“Isso sim”

“Só tem uma música boa do Wilco”

“Quantas você ouviu?”

“Três”

“Bom, campeão, eles tem bem mais do que isso, quando tu ouvir a gente conversa”

“Acho que eu decido o que eu escuto ou não”

“Acho que eu decido do que eu gosto ou não”

3 de mai. de 2010

Sete

   Hoje uma professora passou um texto para minha sala, sobre o caso do imbecil que disse pra galera da faculdade “jogar merda em um viado”, pra receber em troca um convite pra uma festa.

   A questão não é se você acha isso certo ou não; isso é assunto pra outro texto.

   O que eu achei mais espetacular nisso, foi o fato da maioria da sala, meus COLEGAS, terem enchido o peito pra falar, depois de um momentinho de reflexão, que sim, são preconceituosos.

   Como se essa sinceridade fosse te levar para a glória diante de todo mundo, e principalmente, diante de SI MESMO. Porque eu não fico iludindo ninguém, e falo mermo que desses viados, sinto nojo.

   Amg, ser sincero pra admitir pra você mesmo que você se enquadra no grupo de imbecis que acha alguma coisa diferente errada (e isso vale pra qualquer coisa), é só um passo para a vitória.

   Achar que já está bom aceitar seu problema, é APATIA, é não ter VONTADE de respeitar o que não te agrada.

   E você pode ir se foder se acha que DISCRIMINAR é um direito seu. Como já dizia o clássico, as pessoas confundem liberdade de expressão com falar o que querem, e a não ser que você seja um completo tapado, vai ver que são coisas diferentes.

2 de mai. de 2010

Cachorro quieto...

   A falcatrua está lá, quando você tem que escutar o quanto tal banda é imbecil, de alguém que gosta de 50 Cent; quando uma coisa que pode ser engraçada, perde todas as chances, por causa de alguém que não cede; quando você não gostar de algo é ridículo, mas para o outro, tudo bem.

   Está lá enquanto tiver um filho da puta que aponta pra todo mundo, menos pro próprio umbigo, do teu lado.