30 de jul. de 2010

Noventas

“Então que estava ouvindo umas coisas novas”

“Sei”

“Cara, é muita porcaria”

“Por quê?”

“Só tem nego tentando copiar as coisas antigas”

“Entendo”

“E fazendo feio, né?”

“Ah, é?”

“Se é. Música nova é só gente destruindo a música do passado”

“Ô”

“Queria eu ter nascido numa época mais bacana pro rock”

“Sério?”

“Aham, tipo em 1990”

“Curto os noventas também”

“Poxa, nem sabia”

“Pois é”

“Sabe que sou maior fã dos anos 90, né?”

“Nem sabia”

“Minha década preferida”

“Curto também”

“Mas não do jeito que eu curto, cara”

“Como assim?”

“Eu entendo de música”

“Eu também, que tem?”

“Vejo a música de um jeito diferente da galera”

“É mesmo?”

“Claro, entendo como isso influenciou uma geração e tal e coisa”

“Achei que você tivesse nascido em 92”

“Nasci”

“...”

“Mas isso não me impede de entender o sentimento”

“Pode crer”

“Mas e aí, bora lá em casa ouvir minha coleção do Guns N’ Roses?”

27 de jul. de 2010

Sonho

“Você gosta?”
“Eu leio. Eu preciso ler.”
“...”
“Alguns livros se lêem sozinhos”

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Sonhei com isso, acordei e escrevi. Onde eu coloco minha inscrição para o Clube dos Poeta?

26 de jul. de 2010

Sem título

De hit da internet mundial (cunhei essa da Record, obg amgs) a maior exemplo de: a) como não se deve levar as coisas a sério b) como a ironia é um jogo perigoso, a guria que com certeza quer que Felipe Neto morra de uma doença venérea socialmente inaceitável em piadinhas vira mais uma vez tópico de intrigas nesse blog queridão da galera (eu sou essa galera).
O vídeo abrange tantas VERTENTES dessa existência moleque, que de um lado uns abraçam essa pérola do humor involuntário (não-fãs de Felipe Neto), outros chilicam tamanha as atrocidades ditas (pretensiosos que acham inteligente dizer que ela não sabe falar português) e vários defendem Felipe Neto, rebatendo com seriedade essa crítica absolutamente foda ao ícone dos anos 2000.
Se você não for um completo tapado, sabe que a primeira opção é a opção das pessoas direitas; a opção para a qual Deus diria “tamo junto” se estivesse vivo.
Quem compactua com alguma outra, além de ter Satã curtindo um agradável momento na respectiva casa, se inclui nessa porcentagem cada dia maior (1,3 % estimando) de habitantes do País Canarinho que não sabe rir de algo que não foi feito para rir, ou que irrita você, ou que é ruim.
Nós da equipe achamos que você, amg do fórum (cunhei essa de vários, obg amgs), deve colar nesse bonde, parar de chilicar e querer satisfação por qualquer coisinha e curtir as maravilhas do humor mentiroso, cada vez mais presente nesse nosso mundo loko.
O último que quis fazer o contrário, virou VLOGER, então você tira suas próprias conclusões.
Abs.

23 de jul. de 2010

PORRA, FELIPE NETO



Concordo com esse texto, sobre o efeito reverso de criticar alguém ou alguma coisa, mas não tem como ignorar isso.

A juventude brasileira, cansada das atrocidades ditas por nosso amg, ídolo e inspiração Felipe Neto, elegeu a porta-voz mais carismática e capacitada dos últimos dez anos para desferir esse tapa na cara desse VLOGER amado por alguns, odiado por outros tantos.
A crítica é sagaz, a fúria é a mais sincera e os argumentos são os melhores possíveis.
Fico um pouco triste de dizer que nesse nosso mundo loko o número de pessoas que desgostaram dessa aula de opinião filmada é maior do que os que souberam apreciar o ápice do canal de vídeos Youtube.
Felipe Neto, desce um vídeo sobre ironia, por favor.

19 de jul. de 2010

Deixa Ela Entrar


Deixa Ela Entar é um filme sueco, que conta a história de Oskar, um guri que sofre na mão dos colegas, e que se apaixona por sua recém-chegada vizinha, Eli, que é uma vampira.

O jeito que as coisas rolam é muito bom, e tirando a parte de Eli ser um ser secular que sobrevive de sangue, você torce para tudo dar certo do mesmo jeito que em qualquer filme. Só que aqui as coisas são um misto formidável de comédia romântica e morbidez, porque ao mesmo em que você torce para eles não se separarem, você fica na expectativa de ela matar a galera sem ser pega.

O clima consegue ser tenso quase todo tempo; o que muda de momento para momento, é o quanto é. E nem os bons se livram, porque você ainda assim você fica pensando no que pode dar errado.

Uma das coisas que deixa tudo bem interessante, é a história “paralela”, que mostra como os amigos da primeira vítima estão levando isso, e que vai sempre trombando com a história de Oskar e Eli, de forma bem significativa.

Detalhe para as características típicas do vampiro moleque, aquele clássico, que são mostradas hora com sutileza, hora bem na cara, como a piração pelo sangue, a aversão ao sol e, principalmente, a necessidade de ser convidado pros lugares (daí o nome). Se você chilica com Crepúsculo e fica de frescura pra assistir esse filme, parta pra outro monstro.

A violência é precisa: cabeças e braços decepados não deixam as coisas apelativas, e Eli coberta de sangue não deixa elas desandarem.

Dá pra passar um bom tempo dizendo como é genial a abordagem da adolescência de Oskar junto com a situação de Eli; que isso talvez seja uma metáfora paras as transformações da vida e que os dois são a representação de adaptação das pessoas, e da busca por um lugar em que se encaixem. Mas isso tu pode ler em todas as resenhas encontradas no site Google.

Antes de ir pro fim, um comentário para os amgs que assistiram, com spoilers: Oskar fugiu com Eli. Se os dois vão ficar juntos, ele possivelmente vai fazer o papel do guardião morto de Eli, e ajudá-la. Seguindo essa lógica, o guardião poderia ter sido um Oskar, apaixonado por ela, e disposto a manter ela viva. Comentem essa semente de discórdia.

O filme é bonito, triste, perturbador, e muito bom.

16 de jul. de 2010

The Office UK: auge da civilização ocidental



Reassisti o final de The Office britânico, e igual às duas outras vezes, eu chorei muito no twitter.
Que série, amgs. Mais engraçada do que muitas dessas coisas que rodam por esse recanto de atrocidades chamado internet, e no fim, mais emocionante do que muita coisa que realmente se importa em te fazer se sentir assim.
Coisa de GÊNIO, não tem outra palavra.

P.S.: alô amg que acha isso frescura mas chorou no final de Lost: estamos de olho, seu nerd safado.

12 de jul. de 2010

Copa do Mundo feelings

O evento esportivo mais legal de todos terminou ontem, e todo esse mundo loko viu um campeão inédito, que inaugurou uma nova ordem futebolística mundial, amgs da Rede Globo (to imitando o Galvão sacaram galera kkkk).
Rolaram muitos momentos bacanas, protagonizados por caras que a gente não consegue pronunciar o nome e por conhecidos nossos (Felipe Melo, aquele abs), mas pra ser conciso, e por ser um puta trampo ficar correndo atrás de imagens e detalhes desses acontecimentos agradáveis, fico só com os momentos áureos dessa final.
Vai ficar por muito tempo a imagem do nosso amg Iniesta comemorando quando o juiz apitou o final, a festa da Espanha no campo e no país, o time com a taça e o também-amg Casillas mostrando que é o último romântico ao vivo.
Muito possivelmente eu gostei tanto, porque não lembro de 98, marromenos de 2002, e porque não dei bola em 2006, então foi massa ter acompanhando bastante essa, e ainda ver a vitória dum time que nunca foi campeão antes (o que seria a mesma coisa se a Holanda ganhasse).
Quatro anos não passam rápido, e um monte de coisas acontece, mas quando chegar, a gente vê o que rolou, e torce pra botar ordem nesses marginais de novo.

7 de jul. de 2010

Fofura folk

Eu fico correndo atrás de um motivo melhor do que eu não gostar pra falar sobre o vitorioso e quase-clássico projeto folk da nossa amg roquenrou Pitty, mas eu realmente não sei o quanto isso seria necessário. O que é estranho, porque desde que eu comecei a escrever aqui, isso nunca me impediu de dizer o maior número de babaquices que eu conseguisse colocar no papel virtual (um conceito um tanto revolucionário). Talvez eu esteja virando um mocinho.
Mas enfim, fica dito, e com um pouco de amargura, que essa bahiana cheia das lokuras (usar roupas pretas e levar esporro do Mike Patton, essas são as lokuras) está nessa corrida frenética com um broder, mandando um FOFOLK (folk + fofo, inteligência sem limites) pra galerê curtir na moral.
Aguarde comigo, ansiosamente, a sua amiga de prédio andando por aí com uma camisa do Elliott Smith e, se for ousada e entendedora mermo, do Bob Dylan, também conhecido como o melhor compositor de todos os tempos.
De um lado, rapazotes cheios de energia destruindo 2000 anos de música do jeito errado (porque tem um jeito certo) e fazendo isso com a maior alegria e despretensão. Do outro, uma guria não-tão-querida entrando sem ser convidada na casa de campo de um dos gêneros mais malas desse mundo formidável, que por uma sorte incrível não tem fãs que dão porrada.
Podemos estar diante da escolha mais complicada e significativa desde que fizeram Passatempo com e sem recheio (sou humorista kkkk): as dúvidas pesam e os conceitos mudam.

6 de jul. de 2010

Alcunha

É de conhecimento geral (eu e os envolvidos, esse é o geral) que eu tive uma banda.
Pois bem, vez ou outra, às vezes por acidente, às vezes de propósito, eu vejo uns vídeos da Era Eduardo – a época em que eu fiz parte, tocando e vez por outra cantando – e fico relembrando o quanto isso foi legal e, ao mesmo tempo, horrível.

Tudo começou quando eu e dois broders passamos umas 4 horas falando sobre como seriam nossos clipes, e sobre quais seriam nossas influências.
Achei que ia ficar por isso mesmo, mas todo mundo se animou e realmente fomos atrás de formar a banda: começamos a agendar uns ensaios, decidir as músicas e conversar bastante sobre isso.
Era eu, um amg baterista, e outro amg guitarrista que, mocinha que só ele, foi em dois ensaios e rapidinho expulso da banda. Ficamos só eu e o baterista, não fazendo quase nenhum progresso, mas mandando melhor que o White Stripes com nossos covers de Ramones, Blink-182 e Strokes.
E ficou assim um bom tempo, até que nós tivemos a brilhante idéia de cada um aprender a tocar sua parte ANTES de ensaiar; isso nos rendeu nossa primeira música tocada de verdade (Fluorescent Adolescent, agora com um baixista meia boca), que tu acha no nosso canal de vídeos preferido (youtube), comigo cantando. Isso em 2007.
Em 2008, descolamos um amg guitarrista, um amg vocal, e o nome dessa falcatrua era Nickname (alcunha, pros leigo).
Daí pra frente, começou a patifaria: discussões em todos os ensaios, chiliquinhos e essas coisas de gibi.
Começou a acabar quando começaram a não me chamar pros ensaios, e terminou quando fizeram a mesma coisa com o vocal.
Dizem as lendas que a banda taí até hoje, mas não sei.

Enfim, toda essa descrição Wikipedia pra deixar aqui uma coisa que fez parte da vida.
Nada é tão legal quanto ver as coisas dando certo e funcionando, depois de você se dedicar a isso. Tu fica mais próximo das pessoas, acho, e numa ida meio egoísta, é bacana poder dizer que aquilo é seu, que você se esforçou pra fazer tal e tal coisa.
Mas em três anos, isso me fez perder amizades que, taquipariu, nem se eu tentar muito, vão voltar; aquela história de um tentar ser mais babaca que o outro, alternando pra ver quem esculacha mais as coisas.
Sei lá, é um pouco triste ver que eu não faço parte desse grupo mais, mas eu sei que se eu tentar entrar, eles vão achar uma desculpa (e eu vou dar motivos) preles não me chamarem para um fondue maneiro.
No mais, deixa assim; as coisas bacanas que rolaram, não deixam de ser bacanas.