Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no
[Universo...
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Alberto Caeiro
Como entender o mundo, pelo tamanho do que vemos, se o nosso horizonte não é tão extenso? Não entendemos. Não entendemos nem quando o horizonte é realmente infinito, quando temos a oportunidade, econômica e mental, de nos informarmos, de ler o que queremos, de pesquisar mais leitura, de assistir algo que aumente nossa percepção. Ficamos acomodados a nossa época, de fácil digestão, e acabamos tomando quase tudo o que vemos como verdade (obviamente, generalizando).
O cara bom de bola, que anda numa caminhonete fodidamente grande, e compra um Nike de 500 dinheiros talvez se assemelhe ao garoto, na periferia da cidade, cuja vida se resume a, coincidência ou não, jogar bola, almejar um carro bom, e ter um Nike de 500 dinheiros. Ambos tem uma percepção ‘falha’ do que os cercas, a diferença é que um tem os meios, o outro não.
Mas o pinta marginalizado se interessaria pelo que o cerca, se tivesse os meios? Generalizando, como vou fazer sempre, possivelmente não. Ele se adequaria ao mundo onde as informações iriam para a área ‘verdades absolutas’ sem escalas, tamanha a sua facilidade de entendimento, o que gera a preguiça de ler, interpretar e afins...
"Por que as coisas tem de ser fáceis de entender?". Não que ser fácil seja horrível, mas quanto mais mastigado, menos esforço, e isso nem sempre é bom.
Porém, o mesmo pinta, marginalizado, pode estar só esperando pela oportunidade de ampliar os seus conhecimentos sobre o mundo, e transformar a sua mente em um grande triturador de informações, devorar livros e se dedicar aos estudos, porque ele sabe que assim, ele pode deixar de ser o pinta marginalizado, pode deixar de ser um cara que fará parte das generalizações. Da mesma forma que o cara de boa renda pode desenvolver esse pensamento, que pra nossa geração aparentemente é difícil. Ora, o seu irmão mais velho lê grandes poetas e livros sobre política, já que ele veio de uma geração mais ‘acostumada’ a livros, e informações menos diretas.
Nós nascemos em uma era em que conhecimento tornou-se rápido, simples e direto, sem necessidade de se refletir sobre.
Enfim, saber, ou pelo menos achar que você sabe muito sobre o que te cerca, não te faz especial, mas possivelmente te dará condições maiores de, bom, entender as mudanças que logo menos rolarão no seu mundo, e o porquê dele ser assim.
Com esse texto patético, criado a partir de um rascunho de idéia (acento agudo 4 life), abro as atividades d’A Estante, o que dá uma noção do quão tenso será ler isso, até para mim.
Toma-lhe.
Bom, pra começar: odeio Alberto Caeiro, hahahaha. Simplista demais, prefiro os outros heterônimos de Pessoa.
ResponderExcluirSegundo, concordo plenamente, em gênero e número (porque não existe concordância em grau), com as coisas que você escreveu.
E sim, é tudo mastigado e enlatado.
E sim, temos que generalizar, porque se formos considerar cada particularidade da mentalidade e do comportamento humano não se fará mais críticas nesse mundo, haha.
beijinho, edz.
Já que avisou que ia generalizar foi um bom texto!
ResponderExcluir