7 de jul. de 2009

Neuromancer | William Gibson [1983]

  Preciso me livrar da preguiça de ler, em primeiro lugar, parar de colocar outras coisas acima disso, e terminar os trocentos livros já começados, e os dois fechadinhos. Escrever idem, venho tentando mandar algo desde sábado, e nada.
  A principio, tenho vontade de falar sobre Reconhecimento de Padrões, do William Gibson, mas mesmo tendo muitas coisas a dizer, ainda não terminei. Ainda.
  Pois bem, unindo minha vontade de escrever, minha vontade de ler, e minha vontade de escrever sobre o que li, começarei a resenhar a Trilogia do Sprawl, também do Gibson. Primeiro, Neuromancer, o clássico do autor, seu primeiro livro.
   
  Na sua estréia, Gibson definiu os moldes do cyberpunk, criou a matrix, inventou o termo ciberespaço e praticamente ditou os primeiros conceitos de internet, sem nunca ter visto um computador. 
  Uma pausa pra você refletir sobre.

  A história gira em torno de Case, um hacker fodão que, após roubar de um de seus contratantes, é pego e, como “punição”, tem seu sistema nervoso sabotado, e fica incapaz de se conectar à matrix. A partir daí, a merda bate no ventilador e ele atinge o fundo do poço: vai para Chiba City, no Japão, lar da medicina ilegal, para tentar se recuperar do ocorrido, e como nada dá certo, passa a se virar como pode, assaltando e matando pra isso, num overdrive terminal, como ele próprio define. 
  Daí temos o modelo do personagem cyberpunk: Case, 24 anos, drogado e prostituído. Um fracassado que de repente se vê no meio de um esquema bem grande, que logo menos será comentado.

  No começo do livro, enquanto as peripécias que o levaram até ali são narradas em paralelo, vemos Case no meio de outro esquema, que não fazemos idéia do que seja. Esse começo dá uma noção do que vem no resto do livro: uma sensação de desorientação, de não saber o que está acontecendo, em momento nenhum.
  Enfim, apesar da dificuldade de se localizar nesse novo mundo, o primeiro capítulo serve basicamente para mostrar quem é Case, o que é Chiba City e como é esse mundo em que ambos se localizam. E pra indicar a introdução de Case no realmente grande esquema.

  Depois de se ver seguido por um desconhecido, e de se foder no processo de fuga, ele volta para seu caixão na beira do porto e vê que foi invadido. E é aí que entra Molly Millions, a fodona das fodonas em rancar órgãos, com olhos de espelho e garras embaixo das unhas.
  Outra pausa para uma reflexão nerd punheteira. 

  Daí pra quarta parte, acompanhamos o desenvolvimento do esquemão, que não é bom dizer, pra não tirar a graça de futuras leituras. Na quarta parte em questão, vemos a execução do plano, que envolve inteligências artificiais, arcologias espaciais, rastafaris tr00s e passagens igualmente engraçadas, intensas, difíceis e marcantes. Certos diálogos e momentos são pra ficar na mente por um bom tempo.
  No fim, esse livro não deixa a desejar: o enredo é fantástico, os personagens são incríveis, algumas passagens são realmente frenéticas e o final disso tudo é de botar um sorriso no rosto de qualquer um. 
  Li há um tempo que essa turba de informações por página foi uma tática do Gibson, para não perder leitores, e cacete, funcionou muito bem!
   
  Vale a pena ler, assim como toda a Trilogia do Sprawl.

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