13 de jun. de 2011

Sobre pescar, com toda a paciência do mundo

Eu ia escrever um texto sobre o quanto eu teimo em transformar em problemas e incertezas situações que deveriam somente me deixar feliz.

Falar sobre o quanto eu fico excitado vendo uma colega que não via há tempos tocando, e o quanto ela cresceu na técnica e na presença.

O gosto de ver gente que não se sente intimidada por coisa alguma fazendo música, ainda mais tão próxima.

Sobre o quanto, ao mesmo tempo, isso me deixa inseguro em relação a mim mesmo, que tenho muito medo e muita vergonha de fazer o que eu faço melhor, perto dos outros.

Ainda, sobre o quanto é frustrante não poder fazer da dedicação ao instrumento uma opção, porque agora qualquer tempo que passo fazendo algo que não seja obrigação não é feito sem dois terços da cabeça pensando nessas tais coisas que eu tenho que fazer.

Há uns tempos, também, eu decidi que não iria atrás de desenvolver a técnica de um jeito artificial, na falta de outra palavra; sem decorar escalas ou treinar a agilidade nos dedos. Isso vem com o tempo e eu faço o máximo que consigo nas limitações de agora. É assim que se desenvolve de verdade, para mim: chegar ao limite do que você tem, para aí andar para frente.

É comodismo ou desculpa para massagear meu ego de suposto bom músico? Talvez.

E se for assim, cadê meu máximo prometido? Faz um bom tempo que estou esperando, viu.



Era sobre isso que eu queria falar.

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