24 de fev. de 2010

Da vez que o Danilo Gentili fez um texto ruim / da vez que Marcelo Camelo cansou do onanismo

   O nosso glorioso comediante EM PÉ Danilo Gentili fez um texto pra lá de inteligente sobre a situação do humor no nosso país, cheio de estruturas pensadas e sacadas que só alguém engraçado e sagaz como ele poderia expressar de forma tão agradável.

   A idéia é que basicamente, o humor lá de fora (EUA, esse é o ‘fora’) é melhor que o do Brasil, porque lá fora as pessoas aprenderam a achar graça de si mesmas e sabem que todo mundo se respeita e usam isso como uma ferramenta para se promover e não choram quando alguém brinca com seu problema de alcoolismo. Essas coisas de gibi.

   Inteligente, afiado, engraçado: Danilo Gentili deu um TAPA NA CARA DA SOCIEDADE com esse texto que poucos ousariam mostrar na TV aberta, mas por sinal esqueceu que ele é um dos imbecis que sobe no palco, fala um texto idiota, e ainda faz isso interpretando aquele seu tio mala que não sabe contar piadas. Uma potência na esfera artística brasileira, que quer combater justamente aquilo que representa.

   É como deitar em cima do seu braço, reclamar o dia todo, mas não mudar de posição.

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   Semanalmente, ocorre uma eliminação no melhor programa da televisão brasileira (o BBB, para quem não pegou), e um monte de gente (eu incluso) posta no melhor MICROBLOG de todo o globo terrestre (o Twitter) as suas impressões, decepções e opiniões sobre o acontecimento mais importante dessa e de cada semana.

   Só que tem sempre aquele DANILO GENTILI que leva tudo isso a sério, e acha que você tem uma camiseta que diz “FULANO QUE EU NÃO QUERO QUE SEJA ELIMINADO TAMO JUNTO” só porque você escreve isso na internet.

   E daí vem o papo de que BBB é uma tremenda imbecilização da população brasileira, que o Pedro Bial é um imbecil, que o Dourado é um imbecil e assim vai até você dormir. Quem faz isso, é um imbecil, por levar a sério algo tão ZUÃO como o BBB (ou qualquer outra coisa).

   Essa galera é a mesma que achou Avatar fraco, e que acha inteligente dizer que o enredo é o mesmo de Pocahontas; é a mesma gente que não acha Paramore legal pelo simples fato de ter uma vocalista bonitinha (você nem precisa ouvir pra curtir); é a mesma galera que vai morrer sozinha daqui um tempo.

   De repente, ser divertido não basta, e você tem que ser um fã HARDCORE de alguma coisa pra gostar disso.

   Mesma coisa de achar que você tem que defender algo até o fim, só porque gosta: não é porque eu gosto de Loser Manos que eu não vou rir de uma tirinha que fala sobre o onanismo avançado do Marcelo Camelo.  

   No fim é tudo questão de rir das coisas certas, e continuar com as más vibrações.

   Abs.

22 de fev. de 2010

Wilco - At Least That's What You Said

   Logo menos vou fazer um post falando sobre o Wilco, e assim deixar escrita uma recomendação definitiva; talvez até se torne uma coisa permanente no glorioso blog, assim posso encher o saco de mais gente com as bandas que eu gosto, de uma só vez. A Rede Mundial sempre triunfante.

   Por enquanto, um PREVIEW com o melhor vídeo de toda a internet (sério, não via algo tão legal há tempos):

  

   Essa música é destruidora, amgs, para redefinir conceitos; para separar os meninos dos homens; para separar quem entende de guitarra de quem acha que o Slash toca muito; para dividir o mundo da música ao MEIO.

   Além disso, é muito legal ver o Jeff Tweedy solando, ainda mais porque eu não sabia que ele tocava bem desse jeito: o cara é um monstro na guitarra.

   Também é uma música bem bacana, de uma banda bem bacana, de que logo menos falarei.

21 de fev. de 2010

O Arco-Íris da Gravidade - Cinco

   Li bem pouco do livro, mas andei lendo uma coisas sobre, que achei bem legais.

   O capítulo fala sobre Roger (um estatístico que não quer se misturar com os paranormais da Aparição Branca), Jessica (sua namorada, que eu não sei se faz algo especial) e sobre a confusão e paranóia dos dois, talvez com um pouquinho assim de drogas e, como de costume, sexo.

   Essa confusão é expressa quando Roger diz que o Natal daquele ano (1944) vai ser o sétimo desde o começo da Guerra, e isso, de acordo com a Pynchonwiki não é um erro, e sim um jeito de mostrar a situação, baseado em uma expressão inglesa, que significa estar confuso: “to be ‘at six and sevens’”.

   Um passagem de cada um, Roger e Jessica, é marcada por cada número, incluindo seus múltiplos e divisores. Sete para Roger, que não vê Jessica há 14 dias, e Seis para ela, que vai mais longe, e se refere a 1942 (42 = 6 x 7).

   Não só isso, aparentemente tudo se abre para um monte de interpretações: “Se quiserem um exemplo de simbolismos e segredos escondidos no livro, tomemos as iniciais de Slothrop, T.S.: porque não dizer que o anti-herói caminha, durante o livro, pela Terra Desolada que é a Europa no final da SG?”

   Por sinal eu não matutei para descobrir nada disso, só li e achei válido repassar, porque acho incrível como tudo é minimamente pensado e estudado no livro. Se eu me encontrasse com Pynchon, daria um tapinha nas costas dele.

19 de fev. de 2010

O Arco-Íris da Gravidade - Três

   No Arco-Íris da Gravidade, ‘pau duro’ é mais do que só uma ereção: é um estado de espírito, é um estilo de vida.

17 de fev. de 2010

O Arco-Íris da Gravidade - Um

   Meu ritmo diminuiu, como todos nós da equipe esperávamos, mas nada que mude o rumo das coisas.

   Li só um capítulo hoje, que junta em seis páginas um princípio de paranóia em Slothrop (que deixou agora o hospital onde teve as alucinações sobre o mergulho nos encanamentos), seu encontro com uma velhinha amante de doces bizarros, sexo e a explosão de um V-2.

   O tal encontro é bem rootz, porque consegue ser engraçado (coisa de te fazer rir alto) falando só de doces ingleses, provados por Slothrop com amargura.

   A explosão e o sexo se unem, pra deixar mais claro o problema de Slothrop: aparentemente ele fica excitado com a explosão e/ou com a bomba). Além disso, deixa tudo mais perto da definição da Uncyclopedia sobre o livro (recomendo a leitura, amgs): tudo termina em uma foda.

   É de se notar também que o tempo da narração é diferente, como se o narrador estivesse vendo tudo no exato momento em que acontece, e não só repassando o que já rolou. Isso chega ao ponto em que aparentemente ele fala com você, te apontando como quem espia por uma fresta na explosão, respirando com cuidado, atento.

16 de fev. de 2010

O Arco-Íris da Gravidade - Zero

   Há um tempo, pesquisando sobre o glorioso Infinite Jest, encontrei duas coisas que achei bem legais: a primeira era um tipo de plano pro verão, chamado Infinite Summer, onde você se inscrevia, seguia o cronograma de leitura, e discutia o livro com os outros participantes. A outra é/era um blog em que dois amigos tomam uma atitude um tanto quanto radical, e transformam isso em um diário (de leitura) virtual, o que é legal porque assim, você não precisa condensar muita coisa em um texto final sobre o livro.

   Enfim, tudo isso para preparar o TERRENO para o meu mais novo empreendimento em termos de blogosfera: um diário de leitura do Arco-Íris da Gravidade, esse calhamaço tão querido por todos nós. Tudo para exercitar aquela pretensão MANEIRA que move as engrenagens desse blog.

   Vou dividir isso em dias, mas sem fixar um limite, porque não sei em quanto tempo consigo terminar o livro. Só espero que isso não chegue ao Dia 267, amgs, porque aí já seria uma coisa para se envergonhar.

   Vale dizer que eu começo do zero aqui, mas retomo a leitura do episódio 14, da primeira parte, Além do Zero (ou da página 122), então segue um COMENTÁRIO sobre o que aconteceu até agora (supondo que você olhou na Wikipedia pra ver qual o plot disso tudo):

   A Aparição Branca aparece em uma das passagens mais arrastadas até agora; o Pirata recebe uma mensagem via V-2, e precisa gozar nela para conseguir ler; Slothrop mergulha na privada em uma das seqüências mais bacanas que já li (dizem que essa cena até ganhou um prêmio pela bizarrice). Nem sinal de alguma coisa que aponte para frente na história, além disso.

   Possivelmente não vão ser essas as postagens que vão ter os tão cobiçados seis acessos por semana, mas acho que é algo legal de se fazer, para não ter que ficar segurando um monte de coisas comigo, até terminar o livro. Assim tenho a sensação de estar repassando uma opinião válida sobre alguma coisa.

   Abs.

15 de fev. de 2010

Vineland | Thomas Pynchon

   Em 1970, Zoyd era um hippie, que se casou com Frenesi, na época uma cinerrevolucionária, e teve uma filha, Prairie, na época um bebê. Frenesi abandonou os dois algum tempo depois disso.

   Em 1984, Zoyd continua sendo um hippie, e Prairie agora é uma mocinha saudável e prafrentex. Até que, sem motivo aparente, um federal psicopata, Brock Vond, que era amante de Frenesi nas antigas, aparece em Vineland pra fuder a porra toda: toma a casa de Zoyd, alegando que ele planta maconha, aterroriza as redondezas e sai em busca de Prairie, sem nunca revelar o motivo.

   Os dois fogem.

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   1984 é o presente, o tempo em o livro deveria se passar, mas se formos contar as páginas que narram coisas do presente, acho que não totalizam cem: esse invasão comandada por Brock Vond aparentemente é só um pretexto para contar uma história que já passou. Em termos, é como se Pynchon colocasse um marco na areia, pra te dizer que todo o caminho que ele vai fazer agora, vai terminar ali.

   No decorrer do livro, ele conta a história de todos os personagens, algumas de forma rápida, como o viciado em televisão (o Tubo) Hector Zuñiga, que dura no mais dez páginas, outras de forma demorada, como a de Frenesi, que dura mais de cem.

   Esses pulos no tempo são o principal ponto fraco do livro, pois quando são longos, você cansa deles, e começa a querer voltar para o agora, para ver o que está acontecendo, e quando são muito curtos, você logo esquece deles. Como diria um texto que li ontem, é como se fossem esquetes de um programa de televisão.

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   A própria sinopse do livro diz que a história é como um filme dirigido por um Spielberg doidão de ácido, e em certos momentos as coisas ficam tão estranhas, que não dá pra não pensar nisso.

   No meio da gordura, tem coisas realmente surreais, como uma empresa supostamente destruída pelo Godzilla, uma ninja americana com um repertório de golpes bem bizarro, as gloriosas bandas “Chamando O Hugo e Os Vomitons” e "Pixels do Holocausto", os Tanatóides, que são pessoas que morreram, mas que ainda tem contas a acertar com quem os sacaneou durante a vida, e as famosas letras de música que fazem uma participação já clássica no livro. É tudo um grande WTF, que aparece sem mais nem menos.

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   Os temas principais são bem definidos: carma, paranóia, televisão, drogas e as falcatruas dos Estados Unidos, principalmente em relação ao governo.

   O livro é cheio de siglas e referências ao país, e no caso do glossário não ser suficiente, existe a Pynchonwiki, para você ler sem medo de ser feliz.

   Vale a pena, no geral, principalmente por ser bem engraçado e por mostrar uma visão diferente dos EUA e dos anos 60, onde a maioria do livro se passa.

   No mais, be groovy or b movie.

9 de fev. de 2010

Bloco do eu sozinho

   Acho bem imbecil esse pessoal que diz querer sair de casa logo, pra não precisar mais obedecer os pais, poder fazer o que quer e, estou torcendo, ser livre. Como se você fosse sair de sua casa numa noite com uma mochila nas costas, andar um pouco e, de manhã, começar sua gloriosa vida solo em um apartamento pra lá de bacana.

   Bom, uma decepção espera logo em seguida, porque comida na geladeira e conforto, não aparecem do nada, amg. E as festinhas todos os dias, vão ter que parar por um tempo, porque eu tive que arrumar um trampo pra pagar as contas, e o síndico anda reclamando do barulho.

   Sair de casa e começar a fazer as coisas sozinho, deve ser bem bacana, mas não deve ser fácil, e fazer isso por puro capricho e birrinha, só deve piorar tudo. Afinal, aquela grana que você tá se rasgando pra pedir pros seus pais, não vai te fazer uma pessoa muito firme no que quer.

   É como não gostar do carnaval daqui, mas achar um luxo o de Veneza. Só que só depois lembrar de como era legal o calor, o samba, e as gostosas na avenida, e de como, puta que pariu, esse baile de máscaras é chato.

   Você tem mais é que aproveitar as más vibrações da gafieira.

6 de fev. de 2010

Discussão

“Pow, baixei umas coisas bem bacanas dos Stones”

“Ah, não curto”

“Como não? Stones, porra”

“Não curto cara, acho uma merda”

“Tu tá louco?”

“Meu deus, eu só não gosto da banda”

“Mas a banda é perfeita!”

“Não é, broder, sinto informar”

“Puta que pariu, que que tu ouve então?”

“Ando curtindo Los Hermanos”

“Ah, pelo menos isso”

“Pelo menos”

“Tu deve curtir Chico Buarque também, então.”

“Nopez”

“Caraleo, como não gosta de Chico Buarque”

“Que você conhece do Chico Buarque”

“Construção, manow, puta música”

“Que mais?”

“Ah, várias outras, não lembro agora”

“Achei que curtisse muito”

“Antes curtir marromenos que ficar ae falando merda”

“Malz ae pela heresia”

“Só falta dizer que não curte Beatles”

“Curto”

“Até que enfim, fez algo certo”

“Mas não acho a melhor banda do mundo”

“Ah mermão, sifuder”

“Sifuder você, aposto que não conhece porra nenhuma também”

“De Beatles eu conheço”

“Que seja, continua sendo só mais uma banda”

“Foi a melhor banda do mundo, velho!”

“Foi uma banda cara, tem um monte de coisa melhor hoje em dia”

“Tipo o que?”

“Sonic Youth, Radiohead, Wilco...”

“Tudo influenciado pelos Besouros”

“Foda-se, os Beatles foram influenciados por um monte de gente e nem por isso falam deles”

“Por que eles são mais importantes”

“Bom, pra mim o Radiohead é mais importante que os Beatles”

“Que que o Radiohead fez pelo mundo?”

“Que que os Beatles fizeram?”

“As melhores músicas da história”

“Fazer música não é fazer algo pelo mundo”

“Tem um monte de banda que protesta contra a guerra por aí, pára de falar merda”

“E ainda tem um monte de falcatruas acontecendo, cara”

“Um pouquinho de cada vez”

“Tudo bem, mas daí pra dizer que fazer uma musiquinha xingando o Bush é de grande ajuda pro mundo?”

“O Radiohead tem um disco todo sobre isso, malandrão”

“Não salvaram o mundo”

“Então segura essa”

“Mas eu não disse que salvaram, porra, é só música”

“Beatles é minha vida mermão”

“Então você tá fudido, amigo”

5 de fev. de 2010

Nove por dezesseis

“Cara, não entendo isso”

“Pensa que cada tempo simples, vale três compostos”

“Sério?”

“É, ué”

“E de composto pra composto?”

“Mesma coisa, divide cada tempo do um dois três em outras três partes”

“Ahn”

“Um vira três, três vira seis ou nove, e assim vai”

“Complicado”

“Prestenção que você entende”

“Prefiro escalas”

“Escalas fodem comigo”

“Coisa mais fácil, pow”

“Ah, velho, ficar decorando, ainda mais que eu não vi isso”

“Como não?”

“Não vi, ué. To fudido agora”

“E eu tô fudido em compassos, amigo, tamo junto”

“Você me ensina as escalas, tonalidades e sasporras, e eu te ensino os compassos”

“Não, quero aprender sozinho, já devia saber isso”

“Porra, manow”

“Mas eu te ensino, é fácil”

“Você sabe fazer os exercícios?”

“Os de intervalos. Os de compasso marromenos”

“Então você sabe”

“Marromenos, devia saber mais”

“Isso vai ser tenso, e a gente tem mais dois anos”

“Eu não sei se aguento nem mais duas aulas, velho”

4 de fev. de 2010

Uma mudança que provavelmente não vai acontecer

   Só um adendo, amgs: penso em mudar o nome do Blog para "um pouquinho de falcatrua", para dar aquele tapa na cara da sociedade, e mudar o modo de pensar da blogosfera tupiniquim, quiçá mundial. Sua opinião é importante para nós da equipe (eu), então queria saber o que você acha dessa mudança ousada. Comente, prestigie e faça valer a pena a interatividade da INTERNET.

   Abs.

Fã bacana, fã pau no cu

   Olhando a comunidade não-tão-gloriosa do Radiohead no orkut (coisa que eu faço regularmente não me julgue), cheguei à conclusão óbvia, de que existem dois tipos de fãs nesse agressivo mundo musical: o fã bacana, e o fã pau no cu.

   O fã bacana: curte muito a banda, fala pros amigos, e acha legal discutir sobre isso quando é conveniente, afinal uma conversa sobre música é sempre agradável.

   O fã pau no cu: curte muito a banda, fala pros amigos, acha legal discutir sobre isso o tempo todo, e se acha muito especial só por curtir a banda, e entender sua genialidade. Gosta de dizer que a banda não é lá essas coisas, porque admitir isso é ser um ser humano melhor, se comparada a MESTRES da música erudita. Não que gostar de música erudita signifique ser um imbecil.

   Vocês, amigos do fórum, sabem do que eu falo, espero. Isso é como assistir Tarzan esperando uma coisa BOLADA, ver que não é bem assim, e ficar comparando com Bastardos Inglórios, só pra dizer que vê a diferença.

   Só curta a música, e não seja um pau no cu, amg, afinal a idéia é essa.

   Abs.

3 de fev. de 2010

Para redefinir conceitos

   Vou mandar a real: se você chilica por uma banda de que você gosta estar conquistando sua glória em meio aos ouvintes desinformados, que agora terão sua oportunidade de mudar isso, e também de mudar a situação da própria banda em nosso país tropical cheio de suor, calor e carnaval, você é um IMBECIL.

   E se você deixa de ouvir uma banda de que você gosta por ela estar conquistando esse mesmo espaço em meio aos fãs de post-hardcore e os frescos, por puro capricho, você é um IMBECIL.

   E se esse é o seu jeito de buscar individualidade, você está fazendo isso errado, AMG.

   Abs.

2 de fev. de 2010

Como perder amigos

   Hoje entrei no glorioso orkut, e na seção “updates from my friends” me deparei com as fotos malandríssimas de um amigo meu: poses, bonés de lado e o já comentado violão. Não comentei, porque isso é só pra momentos realmente necessários, e toquei minha vida virtual pra frente.

   Umas horas depois, voltei a nossa rede de relacionamentos preferida, e vi que um monte de gente havia comentado em um monte de fotos. Li os que estavam em destaque, e basicamente era uma divisão bem justa entre ‘lindo’ e ‘emo’. Alguns mais ousados escreveram ‘eh emo mesmu e eh lindu , taaaaaah? ;*’. Não exatamente assim, mas dá pra ter uma idéia da situação.

   No meio dessa falcatrua em forma de comentários de amor & ódio, um me chamou a atenção. Era, essência, assim: ‘emu JOQIUJAIQOUJAIQUJAIOUQJAOIQJAIOAOUOIHDF to zuanuuu, se precisá tamu ai. ti amu muleke (L)~~ ‘ !! XD’. Você sabe do que eu estou falando, eu acho.

   O ponto é o seguinte: esse é o jeito legal de ser broder? Dizer ‘te amu muleke’ pelo orkut, da forma menos heterossexual possível? Pra mim isso é vergonhoso. Imagine um amigo no meio de uma roda, te chamando de emo, rindo alto pra caraleo, e depois te dando um abraço dizendo ‘curto muito você abre parênteses éle fecha parênteses’.

   Ou isso, ou eu não captei todo a glória por trás desse estilo moderno de BRODAGEM. Se eu recebesse um comentário ou um depoimento desses, tiraria meus óculos, apoiaria meu cotovelo direito sobre uma superfície lisa, colocaria minha mão em meu rosto, e manteria a posição por alguns segundos (em teoria, seria um facepalm). E depois deletaria o comentário da minha fotografia, o depoimento do meu perfil, e a pessoa da minha vida.

   Sou um ser humano arcaico.

   Abs.

Uma mixtape para o fim das férias

   Diferente das últimas postagens (imbecis), hoje vou fazer algo legal: postar uma mixtapes feita por mim, para celebrar o fim das férias, e o começo da VIDA. Claro que não é realmente coerente, mas basta saber que as intenções foram as melhores.

   Prestigiem:

   1. Todo Carnaval Tem Seu Fim – Los Hermanos

   2. History's Great Navigators – Oneida

   3. A Song for the Deaf – Queens of the Stone Age

   4. Do You Realize?? – Flaming Lips

   5. The View From The Afternoon – Arctic Monkeys

   6. Dracula Mountain – Lightning Bolt

   7. To Hell With Poverty! – Gang of Four

   8. Mais Do Que Isso - Superguidis

   9. Wilco (The Song) Wilco

   10. Scarecrows On A Killer Slant – Liars

   11. Satan Is My Motor - Cake

   12. N.Y. State Of Mind – Nas

   13. Real Emotional Trash – Stephen Malkmus and the Jicks

   14. A Certain Romance – Arctic Monkeys

   Pra baixar: Fim das Férias – A Mixtape

   No mais, espero que vocês ouçam essa coletânea cheia de música boa e feelings.

   Abs.

1 de fev. de 2010

Sete coisas que eu vou fazer esse ano

   Não são metas porque metas são coisa pra FRACASSADOS. Além disso, eu possivelmente vou fazer a maioria dessas coisas, e não arrastar esse peso anos após ano.

   São sete coisas:

   Deixar meu bigode crescer*: talvez essa eu não consiga fazer, porque não depende diretamente de mim ter muitos pêlos faciais. Isso é unicamente para um bem maior, além de ser um avanço nisso que chamamos de estilo. Se der errado, eu dedico dois minutos em frente ao espelho, e toco a vida pra frente.

   Deixar minha barba crescer*: isso também não depende diretamente de mim. Porque um bigode sozinho, depois de um tempo, passa a ser um pouco ridículo, então fechar tudo é a opção mais sensata, pra depois começar tudo de novo. Além disso, eu vou poder colocar minha camisa xadrez, e brincar de fã de Los Hermanos/indie descolado da Rua Augusta, beijosmeliguem, e gatas me ADD, rs.

   Ler os livros que eu quero ler: isso envolve o Arco-Íris da Gravidade e Ulisses. Pra ser mais justo comigo mesmo, vou levar em conta ler só um deles como um ato tão honrado quanto ler os dois. Além dos outros que se empilham no meu guarda-roupa, que merecem a atenção.

   Atingir o marco “4.000 faixas executadas”, com o Wilco: o last.fm conta isso, e é uma coisa mais do que óbvia que ter ouvido Wilco 4.000 vezes vai elevar minha credibilidade nas ruas alternativas às alturas. E credibilidade nas ruas é tudo.

   Completar meu moleskine: o fato de eu ter um só faz aumentar minha aura cool, e se eu completar um, meu amigo, vou estar mais perto da glória artística. Pra atingir a glória intelectual eu vou precisar escrever poemas inspirados, motes para histórias, e registrar minhas inúmeras BRAINSTORMS. Porque é isso que os artistas fazem, ficam de boca aberta em uma chuva de cérebros. Perturbe-se com essa imagem você também.

   Me tornar um cinéfilo: isso, aliado aos itens acima, vai me levar bem depressa para o ÁPICE do sonho tropical moderno (ser descolado), o que no fim, é o principal motivo pra essa lista.

   Ser engraçado: fazer piadas babacas, escrever textos irônicos, fazer críticas ASSAZ ácidas à qualquer coisa, mesmo que não faça nenhum sentido e, por fim, ter meu próprio show de comédia STAND-UP. Esses, amgs, são os pré-requisitos para ser uma pessoa engraçada, e por tabela, para ter meu próprio programa na Rede Record. 

   Com  essa lista eu posso esperar um ano cheio de vitórias, risadas, descoladice, gatas e credibilidade nas ruas, que é o que realmente importa, só pra deixar mais uma vez claro.

   Abs.

   *esses itens podem levar mais do que um ano pra serem concretizados com sucesso.