24 de nov. de 2009

Torto

  Fico meio puto, com essa idéia de só fazer as coisas pra atingir sucesso, ganhar dinheiro e essas coisas. Claro que não dá pra viver fazendo as coisas de graça, mas se mover apenas por isso, é coisa de idiota. Não pensar se algo te agrada, ficar parado na idéia de que se isso agrada aos outros, é o que deve ser feito. Nesse caso, vale ser egoísta, e segurar tudo, até você achar que está bom. Como diria o clássico, “escreva o livro que você quer ler”. O mesmo se aplica pra tudo. Eu acho, pelo menos. Essa é uma opinião mal formada, sem pensar muito, só uma coisa que eu achei digna de um texto.

  Musicalmente, essa coisa de lapidar ao máximo, até o resultado sair agradável, é uma coisa bem difícil. Mesmo porque, o meu ótimo não é o seu, e assim por diante. Não funciona sem uma concordância. Principalmente numa concordância, em não pensar nos outros, só no que você está fazendo. Isso é uma conseqüência. Não quer dizer nada ser aplaudido por um monte de gente, por algo que você não acha bom. Vale mais não ter as luzes sobre você, mas saber que você fez o melhor que você achou possível. E que isso te agradou.

  Mais difícil, é tirar da cabeça a idéia de que é agora que as coisas devem ser feitas. O que pode ser, mas não é uma obrigação. As bandas de que eu gosto, começaram antes de qualquer um pensar em um terceiro filho. E quando eu nasci, muitas delas já tinham discos lançados. Já eram “velhos” de 20 e tantos anos. Não é tanto tempo. Tem coisas que eu quero fazer, mas às vezes esqueço que as pessoas em quem me espelho, musicalmente, tem trinta anos de experimentação nas costas. Eu tenho três, dos quais apenas um pode ser considerado realmente produtivo. Não adianta querer adiantar coisas que só o tempo vai me dar. Pode ser uma forma travada de pensar, mas pelo menos dá algum conforto.

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