São nesses momentos, e o momento agora é o show do Apanhador Só, de que vou falar logo menos, é que dá para ver o quanto as dúvidas sobre amigos e mulheres são bobas, e te atormentam (me atormentam) tanto, por nada.
Vai sempre ter alguém pra trombar e se identificar, alguém pra você conhecer e, naquelas, ir descobrindo de pouquinho em pouquinho. Talvez não novos amigos, talvez só bons colegas ou encontros de uma noite só, mas quem sabe.
Nunca se está sozinho, e toda a confusão sobre ficar com aquela guria bacana, parece não existir mais quando você conhece outras que, a seu modo, te tocam mais.
E é um alívio tremendo poder se sentir livre pra dizer a besteira que for e, no fim, continuar leve. Continuar com a certeza de que você acertou, de certo modo.
Ver que não só eu passo pela dificuldade que é se adaptar a quem quer que seja, e que eu também consigo seguir no conforto.
Poder cantar Emicida alto e se isso não apetece aquela guria de dreads que meu amigo, vou te dizer, tudo bem. Eu vou viver de amor do lado de gente assim? Talvez sempre tenha alguém pra dizer “adooooro” quando eu estiver lá. Talvez não. Vamos vendo no que dá, sem se martirizar tanto, sem fazer tantas voltas para tão pouca coisa.
Afinal, não é o prédio que tá caindo.
O lixo do fundo da estante, que você não quer e não vai ler, sendo exposto sem motivo.
16 de fev. de 2011
14 de fev. de 2011
3 gurias
Saí com um amigo recém-aceito na Unesp (também conhecido como bixo), e por causa da lotação e de reservas cretinas em todas as mesas do bar, fomos meio que obrigados a sentar no balcão, de frente para três gurias.
Com toda nossa desenvoltura, ficamos brodinhos e naquelas perguntinhas padrão para se conhecer, descobrimos que duas tinham passado e uma estava na lista de espera. Tudo na Unesp.
Uma, inclusive, no mesmo curso que meu amigo.
Foi aí que eu percebi como nosso ciclo de convivência foi mudando, coisa que acontece conforme passa o tempo, normal: agora as pessoas que nós encontramos, são vestibulandas, universitárias.
São, grosso modo, pessoas que terminaram uma etapa da vida e foram jogadas pra serem adultas, enquanto eu ainda tô me acostumando com a ideia de que daqui um tempo vou ser eu.
E disso surgiu meu sentimento de deslocamento.
Eu ainda não tive as sensações, sejam de tensão ou de alívio, que todos da mesa haviam tido.
Eu estava feliz com eles, e por eles, mas não como eles. E isso dá uma certa tristeza, porque isso nunca vai voltar. Quando eu entrar, a sensação vai ser a mesma, só que pra eles: felizes por mim e comigo, mas não como eu. Não vão compartilhar a empolgação, vão apenas entender como ela é, e talvez até reviver um momento que já foi.
Óbvio que eu vou passar por essa comoção coletiva com meus amigos de sala, mas eu estou falando de outras pessoas agora.
Talvez seja querer antecipar demais uma coisa que vai vir na minha hora, mas não tem como evitar, e isso dá abertura pra toda aquela neurose em torno voltar.
De repente um ano de cursinho parece muito, de repente eu posso começar a me sentir deslocado a todo momento. Tentando entrar na faculdade, e todos começando o segundo ano. Tudo bem, mas eu vou ter que me acostumar a ser a pessoa que só recebe os conselhos.
“Aproveite agora, que depois não volta”, “Relaxa”, “Na hora tu vai ver como é”.
Disse pra guria que estava me sentindo muito criança quando ela disse isso. Ela disse que estava se sentindo muito velha.
Claro que na realidade a gente continua sendo criança, achando que de repente viramos adultos por terminar um ano, por passar numa prova. Se isso não rolasse, não iria ter graça nenhuma.
E daí comecei a pensar sobre ir embora.
Até o ano passado, acho, tinha certeza do que queria fazer: mudar de cidade, conhecer pessoas novas e fazer da minha casa, lá. Me desprender daqui e fazer as coisas sozinho, ou “seguir meu próprio caminho”.
Talvez eu ainda queira, porque não desisti da ideia de me mudar.
Só que fica aquela dúvida, de ir embora e deixar pra trás as pessoas com quem eu sempre convivi, ou com quem passei a me relacionar há pouco tempo. Meus amigos, as três gurias do bar.
Meu medo com os amigos, não está em perder o prumo da relação: isso a gente vai ter pra sempre (eu acho). Falta me acostumar com a ideia de que nossos encontros vão ser breves, e bem aproveitados. Nada mais de todos os dias juntos, e cada momento, talvez, com uma importância que nunca antes teve.
Meu medo com os novos amigos, ou os desconhecidos que a gente vai conhecendo, agora sim, é de ir perdendo o jeito. Eu não tenho tanto tempo com nenhum deles, a gente não tem esse “compromisso”, e você precisa de tempo com as pessoas para, enfim, se sentir confortável de verdade, saber o que você pode e não dizer, esse tipo de coisa.
Prefiro driblar isso, e acreditar que é uma eterna descoberta de cada pessoa. Entender cada uma aos poucos, a cada visita, e, não importe o tempo que levar, saber até onde cada coisa vai.
Que venha então minha vez, no tempo em que eu conseguir fazer ser, e quando chegar eu quero estar na avenida pedindo grana com todos que eu quero que fiquem por perto.
Com toda nossa desenvoltura, ficamos brodinhos e naquelas perguntinhas padrão para se conhecer, descobrimos que duas tinham passado e uma estava na lista de espera. Tudo na Unesp.
Uma, inclusive, no mesmo curso que meu amigo.
Foi aí que eu percebi como nosso ciclo de convivência foi mudando, coisa que acontece conforme passa o tempo, normal: agora as pessoas que nós encontramos, são vestibulandas, universitárias.
São, grosso modo, pessoas que terminaram uma etapa da vida e foram jogadas pra serem adultas, enquanto eu ainda tô me acostumando com a ideia de que daqui um tempo vou ser eu.
E disso surgiu meu sentimento de deslocamento.
Eu ainda não tive as sensações, sejam de tensão ou de alívio, que todos da mesa haviam tido.
Eu estava feliz com eles, e por eles, mas não como eles. E isso dá uma certa tristeza, porque isso nunca vai voltar. Quando eu entrar, a sensação vai ser a mesma, só que pra eles: felizes por mim e comigo, mas não como eu. Não vão compartilhar a empolgação, vão apenas entender como ela é, e talvez até reviver um momento que já foi.
Óbvio que eu vou passar por essa comoção coletiva com meus amigos de sala, mas eu estou falando de outras pessoas agora.
Talvez seja querer antecipar demais uma coisa que vai vir na minha hora, mas não tem como evitar, e isso dá abertura pra toda aquela neurose em torno voltar.
De repente um ano de cursinho parece muito, de repente eu posso começar a me sentir deslocado a todo momento. Tentando entrar na faculdade, e todos começando o segundo ano. Tudo bem, mas eu vou ter que me acostumar a ser a pessoa que só recebe os conselhos.
“Aproveite agora, que depois não volta”, “Relaxa”, “Na hora tu vai ver como é”.
Disse pra guria que estava me sentindo muito criança quando ela disse isso. Ela disse que estava se sentindo muito velha.
Claro que na realidade a gente continua sendo criança, achando que de repente viramos adultos por terminar um ano, por passar numa prova. Se isso não rolasse, não iria ter graça nenhuma.
E daí comecei a pensar sobre ir embora.
Até o ano passado, acho, tinha certeza do que queria fazer: mudar de cidade, conhecer pessoas novas e fazer da minha casa, lá. Me desprender daqui e fazer as coisas sozinho, ou “seguir meu próprio caminho”.
Talvez eu ainda queira, porque não desisti da ideia de me mudar.
Só que fica aquela dúvida, de ir embora e deixar pra trás as pessoas com quem eu sempre convivi, ou com quem passei a me relacionar há pouco tempo. Meus amigos, as três gurias do bar.
Meu medo com os amigos, não está em perder o prumo da relação: isso a gente vai ter pra sempre (eu acho). Falta me acostumar com a ideia de que nossos encontros vão ser breves, e bem aproveitados. Nada mais de todos os dias juntos, e cada momento, talvez, com uma importância que nunca antes teve.
Meu medo com os novos amigos, ou os desconhecidos que a gente vai conhecendo, agora sim, é de ir perdendo o jeito. Eu não tenho tanto tempo com nenhum deles, a gente não tem esse “compromisso”, e você precisa de tempo com as pessoas para, enfim, se sentir confortável de verdade, saber o que você pode e não dizer, esse tipo de coisa.
Prefiro driblar isso, e acreditar que é uma eterna descoberta de cada pessoa. Entender cada uma aos poucos, a cada visita, e, não importe o tempo que levar, saber até onde cada coisa vai.
Que venha então minha vez, no tempo em que eu conseguir fazer ser, e quando chegar eu quero estar na avenida pedindo grana com todos que eu quero que fiquem por perto.
11 de fev. de 2011
Minha moleza, e a capacidade das coisas serem sensacionais e ruins ao mesmo tempo
Sou ciumento com quem acabo de conhecer, e fico triste de ver que, na hora, talvez até pudesse ser eu.
Acaba que eu tenho que me contentar em cantar Oasis o mais alto que consigo, e dar risada.
É rir pra não chorar.
Acaba que eu tenho que me contentar em cantar Oasis o mais alto que consigo, e dar risada.
É rir pra não chorar.
9 de fev. de 2011
Minha eterna reflexão sobre quão crucial é dois mil e onze
As coisas têm dado muito certo ultimamente, provando que esse ano é o mais fundamental para uma existência maior, cheia de boas vibes.
A neurose do vestibular (essa vagabunda) parece que passou para todo mundo que conheço, e finalmente consegui me livrar desse entrave. Vejo a galera fritando em cima disso, correndo atrás de provas, arrumando cursinhos e dizendo que a pressão é muita, enquanto eu dedico uma boa parte do meu dia (não ele todo, eu também estudo) a desenhar, tocar violão, etc. etc., sem culpa nenhuma.
Se eu não passar, e o resto da galera sim? Acontece.
No conservatório a grande coisa agora são os instrumentos de sopro: tá difícil ajeitar essa aula de trompete, mas enquanto eu vou tentando tirar o som por conta, só com o bocal, vou tentando a sorte com o saxofone, meu instrumento complementar escolhido a muito custo e de última hora. Era ou ele, ou o cavaquinho.
Quem sabe daqui uns tempos, eu não consigo dar uma de Guizado, e enganar a falta de técnica com uns pedais?
Os amigos velhos, tão firmes e fortes lá, e parece que você vai sempre se sentido mais ligado a eles, vendo a importância de cada um nesse momento que antecede uma possível separação.
Os novos amigos, é engraçado ver que vão dando espaço pra você discutir e fazer coisas que ninguém mais dá abertura. Nem os velhos. Aquela história de um amigo pra cada hora, sem desmerecer ninguém.
As mulheres, eu continuo frouxo, mas acho que nosso senhor Jesus Cristo olhou por mim (posso estar enganado) e agora, simpatia e sorrisos entraram nesse jogo de swing e sedução.
O diário do apaixonado, como meu irmão diz, continua pra sempre, só que agora menos platônico, e mais real.
A boina, ainda não comprei, mas tô providenciando!
A neurose do vestibular (essa vagabunda) parece que passou para todo mundo que conheço, e finalmente consegui me livrar desse entrave. Vejo a galera fritando em cima disso, correndo atrás de provas, arrumando cursinhos e dizendo que a pressão é muita, enquanto eu dedico uma boa parte do meu dia (não ele todo, eu também estudo) a desenhar, tocar violão, etc. etc., sem culpa nenhuma.
Se eu não passar, e o resto da galera sim? Acontece.
No conservatório a grande coisa agora são os instrumentos de sopro: tá difícil ajeitar essa aula de trompete, mas enquanto eu vou tentando tirar o som por conta, só com o bocal, vou tentando a sorte com o saxofone, meu instrumento complementar escolhido a muito custo e de última hora. Era ou ele, ou o cavaquinho.
Quem sabe daqui uns tempos, eu não consigo dar uma de Guizado, e enganar a falta de técnica com uns pedais?
Os amigos velhos, tão firmes e fortes lá, e parece que você vai sempre se sentido mais ligado a eles, vendo a importância de cada um nesse momento que antecede uma possível separação.
Os novos amigos, é engraçado ver que vão dando espaço pra você discutir e fazer coisas que ninguém mais dá abertura. Nem os velhos. Aquela história de um amigo pra cada hora, sem desmerecer ninguém.
As mulheres, eu continuo frouxo, mas acho que nosso senhor Jesus Cristo olhou por mim (posso estar enganado) e agora, simpatia e sorrisos entraram nesse jogo de swing e sedução.
O diário do apaixonado, como meu irmão diz, continua pra sempre, só que agora menos platônico, e mais real.
A boina, ainda não comprei, mas tô providenciando!
7 de fev. de 2011
Apenas um momentinho do seu dia para curtir essa música do Mogwai
Vale a pena parar de fazer o que você estiver fazendo por seis minutos, e prestar total atenção na música.
Tentar acompanhar cada camada, conforme elas vão sendo inseridas na música, e diferenciando cada instrumento sem uma certeza definitiva.
Reparando em como o delay (eu acredito que seja um delay) dá o tom pra tudo isso, de um jeito meio caótico, meio que sem querer. Além da distorção absurda, toscamente exagerada mas que acaba sendo bonita.
Só queria compartilhar o quão interessante é parar de pensar em qualquer outra coisa, e focar só em uma música. No caso, talvez uma das mais bonitas do ano, até agora.
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