10 de jun. de 2009

1, 2, 3, 4... 5! - Problemas Definitivos Sobre Ter Uma Banda

  Aaah, a música. Venho notando que só falo disso aqui. Música e tentativas de lirismo fracassadas. Mas pra que mexer em algo que batalha pra ficar marromenos? Vamos continuar com o clichê, escrevendo o que convém.

  Música é uma maravilha, ouvir é ótimo e tocar, melhor ainda. Mas depende com quem, veja bem. Voltei para a minha ex-banda, e as coisas pareciam ter engrenado, té estamos nos dedicando a fazer uma coisa nossa. Mas depois da animação inicial de ter uma banda de novo, constatei que não, não importa o quanto se tente, seus parceiros nunca pensarão como você. 
  Não dá pra convencê-los a tocar um instrumental de sete minutos, não dá pra convencê-los a tocar nem ao menos um Radiohead, tão bem arranjado. Pelo menos não quando seu baterista gosta de bandas de pop punk ou sei lá como se denominam sasporras modernas, seu outro guitarrista gosta de três músicas cretinas, seu vocal não tem opinião musical e diz não curtir muito rock, e você é o fresco da banda, que gosta de coisas que ninguém conhece. Assim não dá, assim não pode.
  Arranjar novos amigos não dá, demorei muito pra conseguir esses, e eles são meus tr00tas, independente dessas coisas. Arranjar uma outra banda não dá, demorei muito pra conseguir essa.
  Pensei em colar anúncios por aí, procurando alguém, mas não sou tão bom a ponto de selecionar alheios. Mesmo isso sendo uma puta oportunidade de descobrir pessoas com gostos parecidos. Idéia a se pensar.
  Bom, mas o assunto não é esse, e pensando agora, esse é um bom momento pra um Top 5 de piores coisas de se estar numa banda. Ou de se estar na minha banda.
  Então, vamos lá:

Top 5 Problemas definitivos sobre ter uma banda:

5) Instrumentos

Ter uma banda amadora começa mal pelo equipamento. Tocar com sua Stratocaster genérica e, diga-se de passagem, bem tensa, é de uma frustração sem limites. Cubinhos furreca, que não aumentam porra nenhuma, não seriam uma problema tão grande se o seu baterista não fosse um troglodita que esmurra sem dó a bateria, o que só piora pelo fato do quarto ser pequeno. Pela minha compreensão de acústica, um quarto pequeno não deixa as ondas se espalharem, daí ficam presas, daí atropelam todo e qualquer outro som... Ou algo assim, minha compreensão de acústica é muito pouca, quase nada.
Concluindo: tenha grana, seja rico, e compre tudo do mais caro. Só depois disso monte uma banda, com Fender’s e Gibson’s e um lugar decente pra se ensaiar. Ou não.

4) Habilidade

Como ter uma banda, com instrumentos e músicas, quando, veja bem, você NÃO é bom no que você faz? É isso que venho me perguntando há tempos. Não que eu seja ruim, mas não que eu seja muito bom. Se formos analisar, eu sou o que melhor toca ali. Ou não, talvez seja um ataque egocêntrico.
Enfim, as pessoas tem que saber o que fazem para terem uma banda. Quando o guitarrista me pergunta onde é o Si, eu perco a fé na humanidade: isso se aprende na segunda aula, caralho!
O problema é que comprando o guitarrista analfabeto, tu leva de grátis o baterista que não sabe tocar mais que três bases, o vocal que, além de cantar como um participante do Ídolos, tem menos emoção que uma pedra, e o outro guitarrista, lento e cheio de má-vontade. Eu, só pra deixar claro.

3) Tolerância

Partimos do físico, pro emocional. Intolerância é o que não falta em uma banda, principalmente quando nenhum membro é parecido. A música que fulano escolheu? É coisa de viadinho. A letra que o manow criou? Nem a pau que eu toco isso.
Impossível gostar de tudo que os outros sugerem, por mais que você tente ser legal e omitir certas coisas, ser sutil em comentários e afins, chega uma hora que não dá: é tanta idiotice que você tem que dizer com todas as letras: isso é uma merda!
Se na vida em geral, segurar essas coisas já é difícil, em uma banda a coisa desanda de vez. E isso só piora sua relação com os outros, seja em questão de amizade, de banda, ou de ambos.

2) Repertório

Brevemente: do que eu gosto, um não gosta, e do que ele gosta, eu não gosto. Do que outro gosta, eu e nem os outros gostamos. Do que alguém gosta, ninguém gosta!
Quando formar uma banda, além de ter grana, tenha certeza de que as pessoas nela são parecidas com você. Pelo menos algumas bandas vocês tem que ter em comum, senão não rola.

1) Convivência

Guiada pelo item número 3, a convivência em uma banda é uma merda foda. Mentiroso é aquele que diz adorar sua banda. Passar um dia inteiro com pessoas que não aceitam críticas, infantis e choronas é de amargurar qualquer um. Tu sai dali cansado, estressado, puto com todo mundo. E sempre rola uma briga.
Mais uma vez, talvez seja porque somos diferentes demais, mas mesmo assim, dizer que não é assim que se canta algo, ou que tem que tocar mais devagar é motivo pra um chilique sem precedentes, com direito a ignoradas! Porra, se nós tivéssemos dez anos até ia, mas agora já tá na hora de agir que nem gente, né? Olhar pros seus próprios erros, admiti-los e aceitar críticas é fundamental pra qualquer relação.


  Porém, depois desse Top 5 das piores merdas de se ter uma banda, eu aponto um motivo pra se adorar ter uma: quando as coisas dão certo, e você se vê tocando algo certinho, com seus amigos, felicidade é o que não falta. Coisa linda quando uma música vai sem erros, e todo mundo fica se achando demais por ter conseguido. Várias as vezes que chiliquinhos e climas tensos foram pro saco, depois de uma música terminada. Além disso, criar algo é ainda melhor! Sentir que você está fazendo as coisas é de engrandecer qualquer um.
   
  No geral, uma banda tem seus muitos contras, mas seus prós fazem tudo valer a pena. Ainda mais quando tudo não passa de diversão despretensiosa. Ou não.

Um comentário:

  1. "...um Top 5 de piores coisas de se estar numa banda. Ou de se estar na minha banda."
    HEUHAUHAUHUAH

    Pois é, nesse caso particular eu diria que é a SUA banda. Por que, de fato, por tudo que você já falou, vocês são muito diferentes mesmo, e ter uma mínima afinidade musical é essencial.

    No meu caso...
    bem, mesmo com 2 anos de bandas e alguns shows regulares, é tenso.
    Às vezes não somos (nem eu, nem vocal, nem batera, nem baixista)bons o suficiente pra tocar certas coisas, nem pra compor coisas decentes; nunca se conversa sobre compor (a não ser quando compusemos nossa primeira e única própria), e quando isso acontece, vem umas idéias lixos que você nao pode criticar, já que se lembra: "ops, nunca contribuí com nada útil pra essa banda", haha

    E por aí vai...
    mas os prós realmente compensam os contras.
    Tocar, pirar no palco, ver gente cantando (msmo que seja seus covers) e fazendo strip no palco é bastante gratificante :D

    beijos, eduzito.

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