30 de dez. de 2009

E nove

   Hoje é o dia pra escrever sobre os melhores de 2009. Sempre achei essas listas que são divulgadas semanas antes do ano acabar um bocado sem sentido. Coisas podem acontecer ainda, nesse intervalo de tempo. Ou não. Fazer bem perto do fim, ou um pouco depois também, faz mais jus à idéia.

   Queria fazer um de melhores discos, mas vou deixar pro outro blog, assim já deixo pra baixar e faço uma tarefa mais completa. Só vai demorar mais. Aqui vou falar de coisas bacanas, no decorrer do ano, mas nada muito grandioso; coisas pequenas. E nada mais tendencioso do que juntar tudo isso em um Top 5.

   Eis:

   1) Radiohead, no Just a Fest: encontrar as pessoas foi incrível, e o festival inteiro também foi, mas o Radiohead foi a banda que “fudeu tudo os baguio”.

   2) Sonic Youth, no Planeta Terra: encontrar as pessoas foi incrível, e o festival inteiro também foi, mas o Sonic Youth foi a banda que “fudeu tudo os baguio”.

   3) Meus amigos, em Rio Preto: sinto que nunca fui mais chegado e mais sincero com meus amigos. Rolaram brigas, mas eu descobri coisas sobre eles, e falei coisas sobre mim, que até então não haviam sido ditas.

   4) Música, desenho e leitura, em Meu Quarto: esse ano realmente comecei a me dedicar ao violão, aos meus desenhos e à leitura, levando os dois primeiros mais a sério, e o terceiro com mais interesse. E é assim que se forma um cidadão VENCEDOR.

   5) Dedicação, na Vida: talvez não tanta, mas esse ano me inclui em várias coisas, e tentei ao máximo leva-las a sério. Muitas morreram no meio do caminho, mas hey, isso aqui sobreviveu. Fora isso, as coisas normais também passaram ao posto de cruciais, e deixaram de ser algo fácil, ou dispensável

   Isso é algo bem por cima, e dentro de cada item, existem vários outros. Mas basicamente, foi isso: vi shows bem legais, conheci pessoas bem legais, tanto lá quanto aqui, fiz amigos novos (o que eu não fazia desde a sexta série), me animei em fazer mais coisas, sozinho ou com outros, e no fim, foi um bom ano.

   No mais, um bom 2010, pra todos que venham a ler isso.

29 de dez. de 2009

Velho

   Voltando a um ponto pouco explorado: maturidade musical. Eu penso nisso sempre que penso em música, mas não que eu fique me atormentando com as supostas conclusões que eu tiro disso.

   Musicalmente, experiência é tudo. Ser bom e ter facilidade é um grande relevante, mas se você não souber o que fazer com isso, tudo se torna só um amontoado de sons sem significado, sem sofisticação, e coisas assim. Isso só o tempo muda, e não adianta querer ir contra isso. O seu ouvido não vai ficar melhor em um mês de violão, o seu conhecimento do instrumento não vai vir em algumas semanas, e assim vai... Mas eles vem, com o passar, de novo, do tempo. E você não percebe quando vem, só acontece.

   Eu toco há quase três anos, e ainda não me sinto seguro de tocar com o meu irmão, por exemplo, que toca há dez. As coisas que ele cria como brincadeira, eu precisaria de um baita tempo pra fazer. Não imitar, mas fazer algo com a mesma complexidade. Por isso eu raramente toco com ele. Pode ser viadice, mas sei lá, o que eu sei fazer com tanto custo parece nada perto do que ele faz. Isso também pode ser desmerecimento, mas isso eu melhoro depois.

   Óbvio que tempo tocando pode não significar nada. Um monte de gente tae fazendo a mesma coisa, sem crescer nunca, nem mudar, nem coisas assim. Isso é só andar em círculos, correndo atrás do próprio rabo. Medo de tentar algo novo. Ou alguma coisa assim. Mas não há como negar que os anos deixam tudo melhor. É só olhar para Radioheads, Sonic Youths e outros tantos exemplos que eu não conheço (mas ignorância musical é outra coisa). Esses caras, hoje, tem 40/50 anos, e começaram isso com 20 e tantos, possivelmente.

   Nada vem de graça, isso só é resultado de anos e mais anos de experimentação. Uma música não acontece em dez minutos. Uma banda não se baseia (ou não deveria se basear) em três acordes. E deixem dessa de Ramones ser genial. Você não precisa saber tocar pra tocar, mas ficar parado, sem experimentar nunca, não leva a lugar nenhum. Isso funciona pra mim, mas muitos podem conseguir passar o que querem de forma simples. Eu prefiro não.

   Resolvi voltar nisso, quando vi um vídeo do Sonic Youth, em que o Jim O’Rourke (o cara do disco com uma música só, de 40 minutos, que ainda não ouvi) ainda tocava com eles. Fiquei pensando como deve ser bacana tocar com eles, e como eu deve ser difícil acompanhá-los na criação e na execução de tudo. Será que eu conseguiria? Não, foi minha primeira resposta. O que será que ele (JO) tem, pra estar lá? Anos de experimentação. Experiência. Será que eu vou conseguir isso? Sim. Espero.

 

 

   Por fim, o tal vídeo. Pattern Recognition, do Sonic Youth. A idéia, de novo, não foi bem expressa, mas o vídeo mostra exatamente o que eu quero dizer.

27 de dez. de 2009

Desnecessário

   Exatamente três da manhã, com meu primo do meu lado, jogando videogame, e meus olhos beirando a explosão. Não tenho moral de mandar ele dormir, e se eu for ler, eu vou capotar depois de três palavras.

   Fato é que 2010 logo menos chega, e a maioria das pessoas toma essa data como uma época de reflexão e pensamentos solitários, revendo sua vida. Eu, desde 2007, meu ano negro, parei de me preocupar muito em definir metas sérias pro ano que segue. Só coisinhas simples, como ler tais coisas, tocar tais outras coisas e assim vai. Além de sempre tentar manter em mente, que algo pode dar errado. Coisas pequenas e grandes. Meio pessimista? “Eu não te vejo abandonando coisa alguma.”

   Coisas pequenas envolvem esse blog, que tem 35 postagens, em nove meses. Não é algo que alguém chame de rápido. Mas antes isso do que nada. Se bobear pode ser uma meta pra 2010: postar mais aqui. Não que eu esteja prometendo nada. Não que alguém esteja ligando. É só uma questão de achar que estou fazendo algo útil.

   Desvirtuando tudo, esses dias fiquei sabendo que fui chamado de perturbado, por uma amiga do meu irmão, que eu nunca pensei que lesse o que eu escrevo. Que eu nunca pensei que existisse. Se ela diz, quem sou eu pra desmentir. Não acho que o que eu escrevo tenha tanta profundidade, principalmente as últimas coisas que escrevi, que são umas baitas merdas. Os de antes, eram melhores. O segredo está em não pensar no que escreve, enquanto escreve (e não escrever sem querer escrever). Antes era mais fácil, mas isso não quer dizer que eu era mais produtivo. Pode ser porque essa idéia perdeu o brilho, que eu perdi o jeito de escrever ou ambos. Não que seja uma preocupação tremenda meu deus do céu tenho que escrever pro blog o quanto antes. É só uma página aberta. Se eu escrevo não quer dizer que eu tenha algo a dizer, se eu não escrevo não quer dizer que eu não tenha. Mas eu devia fazer o esforço. Por mim, mesmo. Tentar destrinchar coisas mais banais, sem parecer um idiota falando disso. Só pra deixar aqui, registrado. É como fazer anotações de um livro.

   Partindo pra outro ponto, venho revendo o que penso sobre leitura. Eu gosto de ler, mas sou lento lendo. E por sinal gosto da idéia de ler. Às vezes passo mais tempo pesquisando sobre tal livro, do que lendo tal livro (Arco-Íris da Gravidade, Ulisses, estamos aí). O problema pode ser preguiça, mas eu sempre posso jogar a culpa pro calhamaços em si, cheios de gordura e digressões e dificuldades. Certo que isso é o que os torna tão atraentes, mas enfim. Esses dias, fui pesquisar sobre Infinite Jest, do David Foster Wallace. Pelo que pareceu, esse livro, de 1079 páginas, faz os dois citados parecerem livros de mocinha. Certas notas de rodapé tomam mais de dez páginas, e elas mesmas têm notas de rodapé! A maioria das resenhas são marromenos, mas é incrível ver como as pessoas se dedicam lendo isso: anotando, refletindo, tentando entender. Até fazem blogs pra comentar a leitura, enquanto lêem. Eu não tenho tanta atenção e dedicação pra fazer isso, mas por sinal comecei mesmo assim, fazendo algumas anotações e marcando páginas que tenham algo interessante. Talvez até parta pra idéia de relatar o desenvolvimento de alguma futura leitura. Algo como um diário. Um diário virtual. Isso sim seria inovador!

   Corta. Minha habilidade de falar besteira pouco aproveitável tem se mostrado problemática. No decorrer do mês, por causa de uma apresentação, com ensaios de 12 horas (vale SALIENTAR a tensão), tive que conversar com pessoas que eu só conhecia de vista, pra aproveitar a oportunidade e talz. Ofendi grande parte, e deixei a impressão de ser um imbecil pro resto. Até esclarecer que eu não estava falando sério na maioria dos momentos. E daí vem aquela cara de “AHAM”. Por sinal, eu sou o único que ri das piadas, quando elas são tão ruins, e elas sempre são ruins. Pode ser porque eu não quero transformar uma conversa de boteco em algo sério. Daí o fato das pessoas acharem que eu estou brincando, quando falo sério. Talvez seja como a Lira já me disse, talvez falte maturidade, pra não parecer que eu estou apenas repassando coisas só pra saírem bonitas. Só pra parecer inteligente. Não que eu almeje um, e seja o outro, mas no fim, tem uma linha tênue entre ser genial e ser um imbecil. Isso é uma citação, por sinal, mas aí você diz em qual lado eu estou.

5 de dez. de 2009

Desconheço, amigo

http://desconhecoamg.blogspot.com/

Um novo blog, com discos que você não quer e não vai ouvir, sendo repassados sem motivo.

Prestigiem.

4 de dez. de 2009

Peixe

   Três da manhã, e amanhã, ou hoje, tenho que acordar às nove. Mas há coisas importantes a serem expostas. Importantes pra mim, diga-se de passagem.

   Hoje, fui chamado prum churrasco com uns amigos, que não vejo faz relativo tempo. Foi do nada, me falaram disso no começo da semana, mas nem deram mais bola, até que me ligaram hoje de tarde, dizendo preu levar um refrigerante, que já tinha muita carne. Convites de última hora são sempre legais, mudam tudo que você ia fazer.

   Pois bem, cheguei lá, e a primeira coisa que ouço é um “filho-da-puta-você-não-me-chamou-pro-seu-aniversário!” Fiquei 15 minutos pra esse meu amigo entender, que eu fiquei camelando pra achá-lo, mas não consegui. Depois tocamos a vida, e ele foi embora uma hora depois, depois de um chilique MONSTRO por temos ficado enchendo o saco, enquanto ele falava com a namorada. Coisas da vida.

   Depois ficamos fazendo nada, conversando, comendo e jogando videogame. Esses caras que vão a barzinhos, tudo um bando de moças. Conversar tomando uma cerveja, nunca vai ser melhor que conversar, jogando God of War II. Isso abre pra reflexões, por incrível que pareça.

   Mas o que importa não são as coisas que fizemos, e sim as conclusões que eu tirei de hoje, sobre meus amigos. Grande parte, eu não via há vários meses, inclusive o cara que saiu no meio da festa. A diferença é que ele, por mais peteca, eu considero um puta amigo, os outros sempre foram colegas bacanas e talz, nada mais. Isso muda o jeito de pensar, por mais que você queira manter do jeito que está. Óbvio que eu não vou deixar de ser amigo de ninguém, e muito menos ficar animado com amizades que podem não vingar. Foi legal no momento, talvez não seja legal sempre.

   Dos que eu vejo sempre, só tinham dois. Um, eu conheci na quinta série, falando sobre Shadow of the Colossus. Genial. O outro, eu conhecia há tempos, mas só fui virar amigo mesmo, ano passado, depois dele me mostrar uma baita gostosa da nossa escola.

   Eu sempre falo disso pra eles: porra, a gente começou a se falar pelas coisas mais bestas, e agora somos amigos. Talvez não grandes, sei lá, mas somos mais do que éramos antes, e isso já é bem legal.

   Antes eu tinha relativo medo de ficar sozinho, futuramente, quando meus amigos deixassem de buscar as coisas do passado. Eu descobri, que é só fazer parte do presente, e não ficar se sustentando em coisas que já passaram. Além disso, sempre vai ter alguém com quem você possa falar sobre videogames e bundas, é só questão de procurar.

1 de dez. de 2009

4

   Tenho algumas considerações sobre música. Eu posso até não entender nada, mas até aí, um monte de gente escreve sem saber também. Não é pra ofender ninguém, nem me colocar acima de outras pessoas. É só uma opinião, você interprete do jeito que quiser.

 

   1) Acho extremamente imbecil, quem se deixa levar pela idéia geral, e fica por aí dizendo que tal coisa é muito bacana, sem nem ao menos ter ouvido. E pior que isso, é quem acho um absurdo fulano não ouvir tal banda. Como se não gostar de Beatles, te tornasse um idiota, musicalmente falando. É só uma banda, porra, você consegue tocar sua vida de boa sem nunca ter ouvido o White Album. Mermo que talvez, ela fique mais satisfatória, se você fizer isso. Curtir algo é legal, quando é genuíno. Óbvio que cada um coloca bandas diferentes no seu pedestal, mas não quer dizer que elas sejam as melhores.

 

    2) Ninguém é especial, porque ouve uma banda que ninguém conhece. Ouvir coisas que passam longe de serem conhecidas, é legal, mas daí pra ficar se achando melhor que os outros... Por outro lado, é uma baita babaquice, quem se recusa a ouvir coisas novas, nessa levada. Parece que tem medo, porra. Baixe, ouça, se não gostar delete. Pink Floyd é bem bacana, e Boredoms também. A diferença é que uma, grande parte das pessoas conhece, a outra não.

 

   3) Ficar travado em um só tipo de música, é uma tremenda falta de vontade. Tem um monte de coisas legais por aí, que não incluem guitarra, baixo e bateria. Pelo menos não juntos.

  

   4) Por fim. O feijão com arroz, é legal, mas pruma banda ser realmente boa, ela tem que fazer as coisas de um jeito diferente. Pelo menos pra mim. Os Beatles só começaram a ser legais, a partir do Revolver, usando mais uma vez, o único exemplo que eu tenho. Claro que as influências estão lá, vai ter sempre uma olhada pra trás, mas é legal algo novo, com pouco ou nenhum traço de alguma outra coisa. É por isso que bandas ditas obscuras são queridonas, difícil achar algum que faça algo igual à outra. E esse papinho de ‘nada é realmente novo’, pode ser descartado sem dó. Se for assim, ninguém precisa se esforçar pra fazer nada diferente.

 

   P.S.: esse é um exemplo incrível, de como se expressar mal, perder credibilidade nas ruas, e espalhar opiniões mal pensadas, de uma só vez. Talvez delete isso futuramente, se eu não gostar.