2 de jan. de 2011

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Mil e duzentos quilômetros até Cuiabá, com cinco pessoas no carro, dois dias de viagem, e um grande loop de Los Hermanos (“4” melhor disco, agora), Cidadão Instigado e Nevilton.

Dormimos na casa de um amigo do meu irmão, e isso foi no sentido mais literal: só voltávamos para lá pra dormir, depois uma tarde cheia de aventuras na natureza natural do Centro-Oeste.

A parte física não tem nada demais pra dizer: é tudo muito bonito, mesmo.
A Chapada, as cidadezinhas ao redor, as casas das pessoas que visitamos. Coisa que não dá pra ver por foto ou relato.

Agora, as pessoas são a grande coisa, mesmo que eu receba mais do que dê (todos riem).

O casal que não é meu amigo, vou dizer, mas que acho que entraram na minha vida há mais tempo que todos os amigos de fato.

O estagiário que se sente humilhado por carimbar as coisas, mas fala com pompa que agora organiza os xeroxes.

Os pais e maridos que, posso estar enganado, são as pessoas mais legais do mundo.

A família que mora na beira de um abismo. Literalmente.

Fui conhecendo coisas simples de pessoas que deixam a impressão de que vale a pena conhece-las melhor, e de que é triste deixa-las pra trás. Amizade de um dia só.

Não vou acompanhar o crescimento do filho como acompanho o dos meus primos; nunca vou saber que fim levaram os xeroxes; se os pais vão continuar tão legais, e se seus cachorros vão vingar; nem se a família vai progredir ainda mais. E muito menos, se uma sobrinha de sei lá quem vai realmente pra Abu Dhabi trabalhar.

Vai tudo ficando pra trás, sem ser triste. Na hora, já é interessante o bastante.

Uma vibe bonita, uma festa linda.

Toma-lhe, 2011.

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