1 de jul. de 2009

20th Century Boys

  Mais um dia de férias, e mais dois filmes: Trainspotting, que reassisti, e 20th Century Boys, esse novo mesmo, também japonês. E como não tenho cojones pra resenhar Trainspotting, o clássico cult modernoso de quem não tem coragem de usar heroína e acha a coisa mais cool do mundo, vou me contentar em resenhar 20th Century Boys.

  O filme é baseado no mangá de mesmo nome, que começou em 2000 e viu seu fim em 2006; a data do filme, desconheço amigo. O diretor idem, os atores nem se fala, mas pelo menos dá pra sacar que é melhor que “Ichi, the Killer”. E ai se não fosse: 20th Century Boys é uma trilogia, que reza a lenda é um dos projetos mais ambiciosos do cinema japonês.
  Infelizmente, não sabia disso e vi apenas o primeiro filme na esperança de entender a história, já que não li o mangá até o fim (shame on me). Minha felicidade ao ler “to be continued” foi uma coisa indescritível.

  Enfim, apesar de não totalmente terminado, o filme não desaponta: tem a cara de produção amadora dos filmes orientais, mas com um profissionalismo que você sabe que está lá. Como um filme que por definição é “alternativo”, mas não tenta ser. Ou algo assim, a madrugada eleva meu índice de abstração preguiçosa.
  Além disso, é bem fiel ao mangá, pelo menos até onde eu li, e cenas como o personagem principal tocando 20th Century Boy, do T. Rex freneticamente, são fodas demais.
  Obviamente, outras cenas são tensas de tão amadoras, mas isso não interessa.

  A história gira em torno de Kenji, um musico frustrado, que tem uma loja de conveniência às moscas e uma sobrinha bebê cuja mãe fugiu sem motivo aparente. Um ferrado na vida, porém bem carismático.
  Certo dia, ele é informado do desaparecimento de uma família que comprava cerveja em sua loja, e no auge de sua amargura, ele não dá a mínima e só se importa em ir buscar os engradados na casa abandonada, porque perder dinheiro é pros que tem coração.
  Pois bem, quando está deixando a casa, vê desenhado na parede um símbolo que ele e uns amigos criaram na infância, e conforme vai conversando com esses amigos, descobre a existência de uma seita de zumbis que segue um tal de “Amigo”. 
  O “Amigo” usa o tal símbolo, e por isso todos ficam convencidos de que ele foi um dos membros do grupo antigamente. Partindo disso, começam a relembrar suas peripécias, e quando um vírus maligno se espalha pelo mundo, exatamente como haviam escrito em seu “Livro da Profecia” tantos anos antes, eles começam a entender que aquilo é muito maior do que eles acham que é: o “Amigo” está recriando o fim do mundo que os meninos descreveram em seu Livro, combinado para o último dia do século XX.

  E daí o filme vai, nos seus 40 minutos finais, de muito bom, pra mediano, às vezes bom. Muito corrido, diálogos clichês e atuações fuleiras, um contraponto ao resto do filme, que é muito bem feito. 

  Vale ainda dizer que é estranho ver um filme japonês sem violência retardada, Yakuza e surrealismo tenso. Não que isso seja ruim, pois ele tem enredo, diferente de outros.

  Por fim, é mais casual que Ichi, e esse merece ser visto não apenas para fins de curiosidade. Realmente merece ser visto, juntamente com o mangá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário