“... apareceu na MTV e talz.”
“Mas a MTV? Com conteúdo? Nunca na vida, é ou não é?”
“Tu quer falar de conteúdo? Beleza: já que tu não assiste MTV, programa só pros leigo, imagino que aproveite o tempo livre entre um calhamaço e outro pra assistir a TV Senado, ou algum documentário sobre física moderna, algum filme do Godard talvez, às vezes só um Ingmar Bergman pra descontrair. Quando termina, aposto que tu coloca seu vinil do Strauss na vitrola e aprecia cada compasso de Salomé, acompanha o enredo e reflete sobre a narrativa. Mas tudo em tempo de dar uma folheada no seu livro de história da arte junto de uma garrafa de vinho, sentindo aroma e sabor, até dormir.”
“Q”
“Nada, MTV não presta mesmo...”
O lixo do fundo da estante, que você não quer e não vai ler, sendo exposto sem motivo.
28 de nov. de 2010
25 de nov. de 2010
Dois vídeos com um violão que meu amg vou te dizer
Bacana ver uma música tão experimental feita, e não só adaptada de outro instrumento, para o violão. O cara faz coisas absurdas, e se for pra fazer uma comparação, a música parece feita pelo Cage, em alguns momentos.
E detalhe pro violão de dez cordas do sujeito.
Não conhecia nada além daquelas mais comuns do Villa-Lobos, e caí por acaso nesse estudo dele (dum livro que ele dedicou ao Andrés Segovia, por sinal).
Fiquei impressionado com o quanto é complexo; me lembrou das fugas de Bach (quarenta e oito), que ele fez para novos músicos aprenderem e os experientes curtirem, e no caminho definiu o modo e as tonalidades que usamos até hoje, trezentos anos depois.
Nego chora pra tirar algumas delas, e ultimamente eu tô pra dizer com propriedade que isso é literalmente.
Acho legal esse tipo de coisa, que aparentemente para os autores é uma coisa simples, mas que deixa um legado que vai muito além do que, eu acho, eles pretendiam. Os caras viraram uma referência quase divina para a música.
Para citar aqui, “obras de uma vida de certas pessoas, para ele meros esboços”.
Dá até vontade de aprender a tocar direito.
24 de nov. de 2010
Emma Watson, apenas para seus olhos
No fim do ano passado (ou retrasado), possivelmente por causa do filme ou de algum jogo, eu e umas pessoas do conservatório estávamos falando de Harry Potter.
Alguém comentou sobre a Emma Watson (gata), e aí todos comeraçaram a falar disso num clima formidável (nem venha me julgar por causa disso).
Acho que ainda era recente aquela foto dela com os pelos à mostra, mas todo mundo ficou meio assim de lembrar dessa imagem que meu amg vou te dizer, porque tinham uns guris de 10, 11 anos envolvidos. Ficamos no campo onde a vestimenta é presente e as calcinhas são opacas mesmo.
Até que um desses brodinhos disse:
“OW MAIS EA QUELA FOTO DELA COM A *nome que você preferir para ‘vagina’* APARECENO HEIN MTO FODA !!!”
Queixos caídos, expressões de terror, o mais puro choque cruzando os corações presentes. A inocência perdida para uma atriz recém-maior de idade (gata), a malícia tomando conta de um rapaz que ainda jogava Tibia.
Com essa mistura de vibes no ambiente, fomos obrigados a mudar o assunto para algo mais cabível: Donkey Kong.
Que dia.
(tags: pequenos contos cretinos)
Alguém comentou sobre a Emma Watson (gata), e aí todos comeraçaram a falar disso num clima formidável (nem venha me julgar por causa disso).
Acho que ainda era recente aquela foto dela com os pelos à mostra, mas todo mundo ficou meio assim de lembrar dessa imagem que meu amg vou te dizer, porque tinham uns guris de 10, 11 anos envolvidos. Ficamos no campo onde a vestimenta é presente e as calcinhas são opacas mesmo.
Até que um desses brodinhos disse:
“OW MAIS EA QUELA FOTO DELA COM A *nome que você preferir para ‘vagina’* APARECENO HEIN MTO FODA !!!”
Queixos caídos, expressões de terror, o mais puro choque cruzando os corações presentes. A inocência perdida para uma atriz recém-maior de idade (gata), a malícia tomando conta de um rapaz que ainda jogava Tibia.
Com essa mistura de vibes no ambiente, fomos obrigados a mudar o assunto para algo mais cabível: Donkey Kong.
Que dia.
(tags: pequenos contos cretinos)
23 de nov. de 2010
Planeta Terra 2010: a verdadeira festa linda
Segue um comentário sobre o melhor festival de música de 2010 (Planeta Terra):
Pré-show
Fiquei fora do parque conversando com os brothers.
Mombojó
Só ouvi, lá de fora. Parece ter sido bem bom.
Hurtmold
Não vi porque confundi os horários e fiquei conversando com os brothers enquanto o show rolava.
Holger
Assisti um pedaço. É legal, mas os caras são meio cabaços.
Of Montreal
Um misto multicolorido de música, dança, atuação e distúrbios mentais. Bom show.
Mika
Muito legal mesmo, o cara é demais. Me surpreendeu.
Phoenix
Não conhecia quase nada, e as músicas se parecem muito. Curti mais pela companhia mesmo, e a música que eu mais gostei, ninguém sabia o nome. Detalhe pro vocal pulando na plateia.
Pavement
Assisti grande parte sozinho, e na hora, fiquei meio decepcionado. Achei morno, mas bem bom.
Smashing Pumpkins
Sensacional demais: a galera cantava junto em algumas, os solos de guitarra eram matadores (detalhe pro Billy Corgan tocando com os dentes), mandaram Moby Dick, do Led, e aproveitaram esse clima de descontração comovente para piadinhas.
Melhor show.
Pré-show
Fiquei fora do parque conversando com os brothers.
Mombojó
Só ouvi, lá de fora. Parece ter sido bem bom.
Hurtmold
Não vi porque confundi os horários e fiquei conversando com os brothers enquanto o show rolava.
Holger
Assisti um pedaço. É legal, mas os caras são meio cabaços.
Of Montreal
Um misto multicolorido de música, dança, atuação e distúrbios mentais. Bom show.
Mika
Muito legal mesmo, o cara é demais. Me surpreendeu.
Phoenix
Não conhecia quase nada, e as músicas se parecem muito. Curti mais pela companhia mesmo, e a música que eu mais gostei, ninguém sabia o nome. Detalhe pro vocal pulando na plateia.
Pavement
Assisti grande parte sozinho, e na hora, fiquei meio decepcionado. Achei morno, mas bem bom.
Smashing Pumpkins
Sensacional demais: a galera cantava junto em algumas, os solos de guitarra eram matadores (detalhe pro Billy Corgan tocando com os dentes), mandaram Moby Dick, do Led, e aproveitaram esse clima de descontração comovente para piadinhas.
Melhor show.
14 de nov. de 2010
Retrato de uma geração II
“A geração dos meus pais foram os últimos adultos que conheci, ninguém mais cresceu por aqui.”
Li essa frase no blog de uma guria (ou mulher, depois dessa não sei mais dizer), e só tem um comentário cabível sobre: é verdade.
Difícil ver alguém agora com menos de trinta anos que não faça coisas que pessoas da minha idade fazem. De um jeito diferente, claro, mas fazem.
Só colar no twitter e ver essa galera (também conhecidos como gênios do humor) fazendo piadinhas absolutamente fodas com o caps lock ligado, o raciocínio afiado e muito boas vibrações (sem ironia): todos com mais de vinte, possivelmente fazendo as próprias coisas da vida, alguns pais ou mães...
Não dispensam o “amgs vamo no buteco curtir na pista sarrar todas comer talvez”, ou só o passar de um link sem nada demais: uma música, uma imagem, um vídeo.
Sem notícias do New York Times sobre os planos do Obama, sem 140 caracteres de pura poesia de quem acha que vive uma vida boêmia, sem discussões acirradas sobre como a vida anda difícil.
Trinta anos e nessa pela curtição, pela zuera, pela continuação dessa festa linda.
Acho que muita pouca gente foge disso e fica naquelas de contar há quantos dias não entra no facebook, como se fosse uma tarefa hercúlea não fazer isso, e uma falcatrua sem tamanho fazer. Neurose de quem acha que um bom livro ao lado da sua lareira, num dia de chuva, é o auge do bem-estar.
Mas isso é na internet, só o que eu vejo. Acredito que a vida vai seguindo pelo mesmo lado: fazer o que sempre fez, sem medo de tal e tal coisa serem idiotas.
Parece que ao invés das coisas irem ficando sempre para trás, elas só vão mudando junto contigo, sem você precisar parar de gostar ou fazer.
É tudo muito bonito nesse ano de nosso senhor Jesus Cristo de 3000.
Li essa frase no blog de uma guria (ou mulher, depois dessa não sei mais dizer), e só tem um comentário cabível sobre: é verdade.
Difícil ver alguém agora com menos de trinta anos que não faça coisas que pessoas da minha idade fazem. De um jeito diferente, claro, mas fazem.
Só colar no twitter e ver essa galera (também conhecidos como gênios do humor) fazendo piadinhas absolutamente fodas com o caps lock ligado, o raciocínio afiado e muito boas vibrações (sem ironia): todos com mais de vinte, possivelmente fazendo as próprias coisas da vida, alguns pais ou mães...
Não dispensam o “amgs vamo no buteco curtir na pista sarrar todas comer talvez”, ou só o passar de um link sem nada demais: uma música, uma imagem, um vídeo.
Sem notícias do New York Times sobre os planos do Obama, sem 140 caracteres de pura poesia de quem acha que vive uma vida boêmia, sem discussões acirradas sobre como a vida anda difícil.
Trinta anos e nessa pela curtição, pela zuera, pela continuação dessa festa linda.
Acho que muita pouca gente foge disso e fica naquelas de contar há quantos dias não entra no facebook, como se fosse uma tarefa hercúlea não fazer isso, e uma falcatrua sem tamanho fazer. Neurose de quem acha que um bom livro ao lado da sua lareira, num dia de chuva, é o auge do bem-estar.
Mas isso é na internet, só o que eu vejo. Acredito que a vida vai seguindo pelo mesmo lado: fazer o que sempre fez, sem medo de tal e tal coisa serem idiotas.
Parece que ao invés das coisas irem ficando sempre para trás, elas só vão mudando junto contigo, sem você precisar parar de gostar ou fazer.
É tudo muito bonito nesse ano de nosso senhor Jesus Cristo de 3000.
Retrato de uma geração
Fui na casa de uma amiga ontem com uma galera, e daí a gente sentou numa estradinha de concreto, cercada por grama e árvores. Ela mora nesses condomínios de casinhas iguais e talz.
Enfim, estávamos num clima de descontração, violão em punho, palavras se juntando em frases ligeiras formando piadinhas e fazendo todos rirem. Afinal, todos só queriam curtir essa festa linda.
Até que essa amiga minha, que se mudou de São Paulo esse ano, virou e disse pra mim:
“Que clima BUCÓLICO!”
“Q”
“Puta clima de campo, meo”
“Cacete, é um gramadinho só”
“Nem interessa”
“Esse é o máximo de CLIMA DE CAMPO que tu já viu?”
“Claro que não!”
“...”
“Já fui num HOTEL FAZENDA!”
Essa conversa só me mostra uma coisa: o rumo dessa galera que frequenta a Augusta e curte fumar uns cigarros que roubou da mãe enquanto paquera aquela gatinha indie com a meia-calça rasgada cabelo repicado e wayfarer, chama pra ir numa padoca e sobe pro apartamento do amigo já formado em design pra “finalizar” ela (me apropriei do termo, abs).
Ou apenas, aquela clássica anedota do paulistano que vai pro interior e pergunta o que é uma galinha.
Enfim, estávamos num clima de descontração, violão em punho, palavras se juntando em frases ligeiras formando piadinhas e fazendo todos rirem. Afinal, todos só queriam curtir essa festa linda.
Até que essa amiga minha, que se mudou de São Paulo esse ano, virou e disse pra mim:
“Que clima BUCÓLICO!”
“Q”
“Puta clima de campo, meo”
“Cacete, é um gramadinho só”
“Nem interessa”
“Esse é o máximo de CLIMA DE CAMPO que tu já viu?”
“Claro que não!”
“...”
“Já fui num HOTEL FAZENDA!”
Essa conversa só me mostra uma coisa: o rumo dessa galera que frequenta a Augusta e curte fumar uns cigarros que roubou da mãe enquanto paquera aquela gatinha indie com a meia-calça rasgada cabelo repicado e wayfarer, chama pra ir numa padoca e sobe pro apartamento do amigo já formado em design pra “finalizar” ela (me apropriei do termo, abs).
Ou apenas, aquela clássica anedota do paulistano que vai pro interior e pergunta o que é uma galinha.
12 de nov. de 2010
Hardcore will never die, but you will
Não conheço tanto o Mogwai quanto gostaria, mas a frase do título (nome do próximo disco), e a música (que não está nesse disco) são um clássico caso de parabéns a todos os envolvidos, e de sonzera (nessa ordem).
8 de nov. de 2010
A quem possa interessar
É engraçado que tem nego que te olha no olho, e fala que é muito foda te reencontrar, que tem que voltar a amizade mesmo. Só que foda é ouvir, por outra pessoa, que por ele eu podia me foder, que eu nunca fui muito amigo mesmo.
Tudo bem, já disse o que eu penso sobre perder amigos: eles vão embora, e tu não pode fazer nada. E se pode, eu digo sem nenhum peso que tentei fazer.
Por mim, cada um vai pro seu lado.
Mas uma pontada de ressentimento, ou de consideração fica, e eu fico impressionado com quanto uma pessoa pode regredir conforme o tempo passa.
Pára mesmo de querer saber das coisas, e ir pra frente no que gosta e, no caso, precisa fazer.
Tá certo, quem sou eu pra julgar isso? Nem amigo eu sou mais. Nunca nem fui.
Mas dá licença que eu vou falar: “pára de pensar que todo mundo que não te ama, te odeia”.
Não fui eu que disse, amigo meu. Resumiu todo o drama, e toda a atitude de uma pessoa.
E eu falo porque sei, não porque eu vi e ouvi coisas dos outros: seis anos de convivência.
Sou idiota por falar como quem já tem idade avançada, mas não dá pra não ser esse tipo de pretensioso vendo o quanto alguém pode ser infantil.
“Não quero mais saber de reclamações”. Então abraço, tu abre essa porta e deixa de viver.
Nem tudo que tu faz é bom, e nem tudo que tu faz precisa ser bom. Concordo que um elogio faz falta às vezes, mas a crítica faz parte, para o bem e para o mal.
Tudo questão de ir de leve, e saber separar as coisas.
Mas isso é sobre pessoas, e não sobre como agir.
Talvez seja meio mulher de malandro continuar me preocupando com isso, mas tanto tempo de amizade (ou qualquer outro nome, ou qualquer coisa que diga não-amizade) merece.
No mais, que se foda (e isso ainda pode ser muito gentil).
Tudo bem, já disse o que eu penso sobre perder amigos: eles vão embora, e tu não pode fazer nada. E se pode, eu digo sem nenhum peso que tentei fazer.
Por mim, cada um vai pro seu lado.
Mas uma pontada de ressentimento, ou de consideração fica, e eu fico impressionado com quanto uma pessoa pode regredir conforme o tempo passa.
Pára mesmo de querer saber das coisas, e ir pra frente no que gosta e, no caso, precisa fazer.
Tá certo, quem sou eu pra julgar isso? Nem amigo eu sou mais. Nunca nem fui.
Mas dá licença que eu vou falar: “pára de pensar que todo mundo que não te ama, te odeia”.
Não fui eu que disse, amigo meu. Resumiu todo o drama, e toda a atitude de uma pessoa.
E eu falo porque sei, não porque eu vi e ouvi coisas dos outros: seis anos de convivência.
Sou idiota por falar como quem já tem idade avançada, mas não dá pra não ser esse tipo de pretensioso vendo o quanto alguém pode ser infantil.
“Não quero mais saber de reclamações”. Então abraço, tu abre essa porta e deixa de viver.
Nem tudo que tu faz é bom, e nem tudo que tu faz precisa ser bom. Concordo que um elogio faz falta às vezes, mas a crítica faz parte, para o bem e para o mal.
Tudo questão de ir de leve, e saber separar as coisas.
Mas isso é sobre pessoas, e não sobre como agir.
Talvez seja meio mulher de malandro continuar me preocupando com isso, mas tanto tempo de amizade (ou qualquer outro nome, ou qualquer coisa que diga não-amizade) merece.
No mais, que se foda (e isso ainda pode ser muito gentil).
5 de nov. de 2010
Pois é
“Acreditar demais num talento pode cegar a gente. Talvez você encontre outra coisa”.
É, talvez.
É, talvez.
1 de nov. de 2010
Imagem maneira
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