14 de nov. de 2010

Retrato de uma geração II

“A geração dos meus pais foram os últimos adultos que conheci, ninguém mais cresceu por aqui.”

Li essa frase no blog de uma guria (ou mulher, depois dessa não sei mais dizer), e só tem um comentário cabível sobre: é verdade.
Difícil ver alguém agora com menos de trinta anos que não faça coisas que pessoas da minha idade fazem. De um jeito diferente, claro, mas fazem.
Só colar no twitter e ver essa galera (também conhecidos como gênios do humor) fazendo piadinhas absolutamente fodas com o caps lock ligado, o raciocínio afiado e muito boas vibrações (sem ironia): todos com mais de vinte, possivelmente fazendo as próprias coisas da vida, alguns pais ou mães...

Não dispensam o “amgs vamo no buteco curtir na pista sarrar todas comer talvez”, ou só o passar de um link sem nada demais: uma música, uma imagem, um vídeo.

Sem notícias do New York Times sobre os planos do Obama, sem 140 caracteres de pura poesia de quem acha que vive uma vida boêmia, sem discussões acirradas sobre como a vida anda difícil.
Trinta anos e nessa pela curtição, pela zuera, pela continuação dessa festa linda.

Acho que muita pouca gente foge disso e fica naquelas de contar há quantos dias não entra no facebook, como se fosse uma tarefa hercúlea não fazer isso, e uma falcatrua sem tamanho fazer. Neurose de quem acha que um bom livro ao lado da sua lareira, num dia de chuva, é o auge do bem-estar.

Mas isso é na internet, só o que eu vejo. Acredito que a vida vai seguindo pelo mesmo lado: fazer o que sempre fez, sem medo de tal e tal coisa serem idiotas.

Parece que ao invés das coisas irem ficando sempre para trás, elas só vão mudando junto contigo, sem você precisar parar de gostar ou fazer.

É tudo muito bonito nesse ano de nosso senhor Jesus Cristo de 3000.

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