15 de fev. de 2010

Vineland | Thomas Pynchon

   Em 1970, Zoyd era um hippie, que se casou com Frenesi, na época uma cinerrevolucionária, e teve uma filha, Prairie, na época um bebê. Frenesi abandonou os dois algum tempo depois disso.

   Em 1984, Zoyd continua sendo um hippie, e Prairie agora é uma mocinha saudável e prafrentex. Até que, sem motivo aparente, um federal psicopata, Brock Vond, que era amante de Frenesi nas antigas, aparece em Vineland pra fuder a porra toda: toma a casa de Zoyd, alegando que ele planta maconha, aterroriza as redondezas e sai em busca de Prairie, sem nunca revelar o motivo.

   Os dois fogem.

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   1984 é o presente, o tempo em o livro deveria se passar, mas se formos contar as páginas que narram coisas do presente, acho que não totalizam cem: esse invasão comandada por Brock Vond aparentemente é só um pretexto para contar uma história que já passou. Em termos, é como se Pynchon colocasse um marco na areia, pra te dizer que todo o caminho que ele vai fazer agora, vai terminar ali.

   No decorrer do livro, ele conta a história de todos os personagens, algumas de forma rápida, como o viciado em televisão (o Tubo) Hector Zuñiga, que dura no mais dez páginas, outras de forma demorada, como a de Frenesi, que dura mais de cem.

   Esses pulos no tempo são o principal ponto fraco do livro, pois quando são longos, você cansa deles, e começa a querer voltar para o agora, para ver o que está acontecendo, e quando são muito curtos, você logo esquece deles. Como diria um texto que li ontem, é como se fossem esquetes de um programa de televisão.

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   A própria sinopse do livro diz que a história é como um filme dirigido por um Spielberg doidão de ácido, e em certos momentos as coisas ficam tão estranhas, que não dá pra não pensar nisso.

   No meio da gordura, tem coisas realmente surreais, como uma empresa supostamente destruída pelo Godzilla, uma ninja americana com um repertório de golpes bem bizarro, as gloriosas bandas “Chamando O Hugo e Os Vomitons” e "Pixels do Holocausto", os Tanatóides, que são pessoas que morreram, mas que ainda tem contas a acertar com quem os sacaneou durante a vida, e as famosas letras de música que fazem uma participação já clássica no livro. É tudo um grande WTF, que aparece sem mais nem menos.

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   Os temas principais são bem definidos: carma, paranóia, televisão, drogas e as falcatruas dos Estados Unidos, principalmente em relação ao governo.

   O livro é cheio de siglas e referências ao país, e no caso do glossário não ser suficiente, existe a Pynchonwiki, para você ler sem medo de ser feliz.

   Vale a pena, no geral, principalmente por ser bem engraçado e por mostrar uma visão diferente dos EUA e dos anos 60, onde a maioria do livro se passa.

   No mais, be groovy or b movie.

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